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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Enfermagem lota Centro do Rio em defesa do piso suspenso pelo STF

Atos e passeatas nesta quinta-feira (8/9), nas principais ruas e avenidas do Centro do Rio de Janeiro, engrossaram a luta dos profissionais da enfermagem pelo cumprimento da lei que garante para a categoria um piso salarial nacional. As mobilizações protestaram contra a decisão monocrática tomada pelo ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que, na noite do último domingo (4/9), suspendeu a lei do piso salarial da categoria, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pela Presidência da República.

As mobilizações começaram em frente ao antigo prédio da Assembleia Legislativa (Alerj), indo em passeata até o prédio novo na Rua da Ajuda, onde estavam concentrados mais profissionais de enfermagem. De lá, seguiram para a Candelária. Com faixas e cartazes, criticaram a decisão do ministro Barroso, exigiram o cumprimento da lei e a valorização de quem dá a sua vida diariamente para salvar as de milhares de pacientes, colocando-se em risco, sobretudo com a pandemia do novo coronavírus.

Passeata da enfermagem tomou as ruas do Centro do Rio de Janeiro. Foto: Mayara Alves.

Entre as entidades organizadores estavam o Sindsprev/RJ e o Conselho Regional da Enfermagem (Coren/RJ). Além dos profissionais do setor público e privado, participaram parlamentares, entre eles os deputados federais Jandira Feghalli (PCdoB-RJ), Paulo Ramos (PDT-RJ) e a estadual Enfermeira Rejane, além do vereador Paulo Eduardo Gomes (PSOL-Niterói).

Novas manifestações já estão programadas. Nesta sexta-feira (9/9), às 15 horas, haverá um ato público em frente ao Hospital Geral de Bonsucesso. No domingo, às 10 horas, vai ser a vez de um ato em frente ao Posto 6, em Copacabana.

Ato público da enfermagem toma a frente do prédio novo da Alerj. Foto: Mayara Alves.

Piso salarial, já!

Durante a passeata, Jandira Feghalli afirmou que a lei do piso nacional da enfermagem é constitucional e que não abrirá mão desta conquista da categoria. “Estamos mobilizadas em defesa da constitucionalidade do piso da enfermagem. Tivemos todos os cuidados durante a tramitação do projeto, ouvimos os setores envolvidos, estimamos os custos. Não abriremos mão desta conquista”, afirmou durante as manifestações.

Protesto compara ministro do STF ao coronel Odorico Paraguaçu, conhecido por sua truculência e demagogia. Foto: Mayara Alves.

O deputado Paulo Ramos acusou o ministro Barroso de extrapolar de suas atribuições, passando por cima da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e da Presidência da República. Disse não ver sentido nas alegações do ministro, que tentou justificar sua decisão dizendo que o piso poderia prejudicar tanto o setor privado quanto o público. O parlamentar citou números que mostram que os donos de hospitais privados fazem parte da lista dos empresários mais ricos do Brasil. Acrescentou, ainda, que se o Congresso aprovou o piso, o fez após verificar que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem como valorizar esses profissionais.

A diretora do Sindsprev/RJ Maria Ivone Suppo disse que o problema é que os donos de hospitais privados não querem pagar um salário digno aos profissionais da enfermagem porque se negam a valorizar o trabalho de uma categoria sem a qual as unidades particulares não podem funcionar.

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“Os altos lucros mostram que, ao contrário do que afirmam e do que diz o ministro Barroso, o setor privado de saúde tem todas as condições de pagar o piso”, afirmou.

Passeata atravessa a Avenida Antônio Carlos em direção ao prédio antigo da Alerj. Foto: Mayara Alves.

Clara Fonseca, também diretora do Sindsprev/RJ, disse que as mobilizações deram um recado firme de que a categoria exige ser respeitada e que o STF não pode tomar partido. Segundo sua avaliação, vai ser preciso mais pressão para que os profissionais alcancem seu objetivo, que é garantir que a lei seja respeitada.

Christiane Gerardo, diretora da Regional Jacarepaguá do Sindsprev/RJ, frisou que a verdade é que o setor privado de saúde é um dos que mais lucra e fatura no Brasil.

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“Não vamos aceitar que o piso seja revogado. Vamos para as ruas fazer valer nosso direito”, afirmou.

Manifestação chega à Primeiro de Março. Foto: Mayara Alves.

Barroso atende os patrões

O ministro Barroso suspendeu a aplicação do piso e deu prazo de 60 dias para que estados, municípios e entidades se manifestem sobre a possibilidade de demissão em massa. Ele alegou em sua decisão que “é preciso atentar, neste momento, aos eventuais impactos negativos da adoção dos pisos salariais impugnados”. A decisão atendeu a uma ação movida pelos donos de hospitais e clínicas particulares.

A lei suspensa por Barroso determina o piso salarial nacional de R$ 4.

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750 para os enfermeiros e valores escalonados para outras categorias como técnicos de enfermagem, auxiliares e parteiras. Os técnicos de enfermagem devem receber 70% do piso (R$ 3.325), auxiliares de enfermagem recebem 50% (R$ 2.375), assim como as parteiras. Cerca de 80% da categoria ganha abaixo desses valores.

Parlamentares como a deputada Enfermeira Rejane, participaram das mobilizações. Foto: Mayara Alves.

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