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sábado, novembro 23, 2024
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Assédios Moral, Sexual e Virtual foram temas de seminário no Sindsprev/RJ

A Secretaria de Organização e o Departamento de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora do Sindsprev/RJ promoveram, na última quinta-feira (16/9), o seminário “Como identificar o assédio no mundo do trabalho”, realizado no auditório do Sindsprev/RJ, com participação (presencial e virtual) de servidores da saúde e previdência, além de dirigentes do sindicato.

O evento teve como convidados o médico Ricardo Garcia, do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest-Metro II); a psicóloga Valéria Tereza, especialista em saúde do trabalhador pela Fiocruz; e o advogado José Ricardo Lessa, da Associação dos Servidores da Saúde de Niterói. A mediação ficou a cargo de Maria Ivone Suppo (dirigente do Sindsprev/RJ) e de Francisco Araújo (Departamento de Saúde dos Trabalhadores(as) do Sindsprev/RJ).

Primeiro dos oradores a falar, Ricardo Garcia apresentou as principais características dos assédios moral, sexual e virtual, frisando que são sempre marcados por processos multicausais. “As principais características do assédio são a humilhação, a perseguição e a insistência sobre a vítima, que fica exposta a sucessivos e repetidos atos de humilhação, o que interfere diretamente na vida do assediado, comprometendo dessa forma a sua dignidade, a sua identidade e relações afetivas, além de ocasionar graves distúrbios em sua capacidade física e mental. Importante destacar que o assédio não ocorre apenas entre chefes e subordinados, mas também entre pessoas de mesmo nível hierárquico. Como resultado, o assediado se percebe sem condições de se defender e pode viver situações de pânico, depressão, ansiedade, sentimento de culpa e esgotamento profissional. Por isso é tão importante que o trabalhador assediado busque efetivo apoio”, disse.

Mesa do Seminário, que também foi transmitido por meios virtuais. Foto: Fernando França.

Seminário teve participação presencial e virtual

A segunda oradora, Valéria Tereza, destacou os transtornos psicológicos causados pelas várias formas de assédio. “Falar de saúde mental é ainda mais pertinente por estarmos no setembro amarelo. Qualquer tipo de assédio leva a sofrimento emocional e psíquico. O assédio é um risco silencioso e vai danificando a psiquê do ser humano. Nessas situações, o trabalhador assediado acaba não contando para outras pessoas o que está vivendo, e isto acontece porque, em nossa sociedade, ainda há muito preconceito na hora de falar sobre transtornos mentais. O fato é que, sob ataque, o trabalhador perde a energia e a saúde.  Quando percebermos algum colega nessa situação, devemos ir ao encontro dele para ajudá-lo. Temos a obrigação de fazer isto. É hora de construirmos estratégias para não adoecermos. Assédio moral é incompatível com saúde mental”, afirmou.

José Ricardo Lessa falou sobre as formas de se combater juridicamente o assédio. “Essas situações [de assédio] são sempre marcadas por processos contínuos, por meio dos quais o assediado é levado a acreditar que não presta para realizar suas funções. Lembro aqui, como já foi dito antes, que não é necessário existir hierarquia para acontecer o assédio moral, o que não é o caso do assédio sexual, que pressupõe uma relação hierárquica e de imposição. Uma das formas da vítima de assédio se proteger é buscar apoio e contar a situação vivida, conversando sobre o assunto com os colegas. Isto é importante para que o assediado produza provas contra o assediador. Quero lembrar que o Superior Tribunal de Justiça [STJ] já autoriza que a vítima grave as situações de assédio. Antes de ingressar na justiça contra o assediador, é fundamental que o assediado, com apoio de colegas e do seu próprio sindicato, faça o enfrentamento verbal ao assediador” ressaltou.

Após as falas iniciais, foi aberto espaço para perguntas dos participantes. Um dos temas centrais nessa etapa do debate foi o da hipótese de assédio moral institucional, que se caracteriza quando as empresas e/ou empregadores pressionam os trabalhadores com a imposição de metas e tarefas inexequíveis ou mesmo realizadas sob grande dificuldade para o atingimento de resultados. O caso atual do INSS, onde servidores estão sujeitos ao cumprimento de metas cada vez mais difíceis, como condição para manterem seu nível de remuneração, foi citado como um dos casos mais graves no serviço público.

Assista ao vídeo completo do seminário, clicando no link abaixo:

Vídeo do Seminário

 

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