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domingo, novembro 24, 2024
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Banco, prefeitos e governadores competem para superar negacionismo de Bolsonaro

O Santander fez suas agências voltarem a funcionar normalmente e está convocando quem trabalha no banco para uma festa de comemoração de seu lucro, no estádio do Corinthias, em São Paulo, no que chama de Encontro Anual 2021, em 11 de dezembro. O governador João Dória decidiu autorizar a abertura dos estabelecimentos com 100% de ocupação, suspendeu o toque de recolher,e restrições a horário de funcionamento e liberou eventos sociais e feiras corporativas. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, está cobrando a volta das estatais ao funcionamento presencial. E diz que não há espaço para ‘medidas extremamente restritivas’.

Estas mudanças em plena pandemia, com o total descontrole da doença colocam em risco a vida das pessoas. É como se estivéssemos numa competição para ver quem fica com o título de maior negacionista, até então, em poder de Jair Bolsonaro e seus aliados.

Para o médico Júlio Noronha, chefe do Corpo Clínico do Hospital Federal de Bonsucesso, decisões como estas representam sério risco para a população, “Estão querendo voltar ao normal no meio de um tiroteio. Quem vai sofrer, como já está sofrendo, é a população, porque o governo não ajuda. É a população quem tem que criar um comitê de alto nível para monitorar a situação e tomar as providências necessárias e urgentes”, ironizou. O médico criticou as decisões a advertiu: “Estamos brincando, novamente, com o coronavírus”.

“E com isso, vai morrer muita gente, muito inocente. Muitos que não morreram tiveram lesões muito graves: cortaram a perna, ficaram cegos, tiveram alterações no comportamento. A população vai ter que optar, sem ter o conhecimento para tomar esta decisão”, lamentou.

Comemorando o lucro

“Motivos para celebrar não faltam, obviamente que atentos às especificidades do momento”, diz comunicado do Encontro Anual divulgado pelo Santander que lucrou R$ 13,8 bilhões em 2020, em meio a um cenário que resultou em mais de 570 mil mortes de covid-19 e mantém 14,8 milhões de desempregados. Marcos Vicente, diretor do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, e integrante da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander questionou as decisões do banco espanhol.

Sobre o encontro no estádio indagou: “Comemorar o quê?

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Para o banco, comemorar um lucro extraordinário parece por demais relevante.

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Mas a que custo?”, numa referência ao risco óbvio de contaminação, devido à aglomeração. “É preciso ter responsabilidade. Estamos chegando a 600 mil mortos e a variante delta é muito preocupante”, lembrou.

Perigo iminente

Júlio Noronha acrescentou que o Brasil tem ainda um número muito alto de mortes por dia, pouco menos de 1 mil, e aproximadamente 23 mil casos novos em 24 horas. “É muito cedo para liberar desta forma. É muito perigoso, vide o que aconteceu na Europa onde os países abriram desordenadamente e tiveram que fechar novamente”, lembrou.

Afirmou que os governos que poderiam ajudar a controlar a doença são pressionados a abrir estabelecimentos; inclusive pelo governo federal que acha que o coronavírus é infestação de pulga; além de não ajudar em nada e colocar a culpa nos outros por não abrir a economia. “A verdade é que um vírus novo; não se sabe exatamente o que está acontecendo, isto em relação à chamada cepa selvagem (o novo coronavírus original).

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A Organização Mundial de Saúde (OMS), por exemplo, já se manifestou dizendo que a pandemia (o vírus) vai deixar de circular, deixar de ser grave, apenas em novembro, ou dezembro de 2022”, disse.

Acrescentou que se sabe menos ainda sobre o comportamento das novas cepas do novo coronavírus, como a variante delta, presente no Brasil, sobretudo no Rio de Janeiro. “A vacina tem se mostrado boa, qualquer uma delas, para evitar o contágio pela cepa original, a selvagem. Mas e para as variantes? Ninguém sabe. Idosos que já se vacinaram estão sendo contagiados e até morrendo pela doença. Será que é em decorrência do contágio pelas variantes novas, a Delta, a mais importante, ou pela original? A gente não sabe. A verdade é que a ciência, os pesquisadores, os cientistas, não sabem exatamente o que está acontecendo”, frisou.

Lembrou que já foi decidida a aplicação de uma terceira dose, que, antes, não estava prevista. “Isso para a cepa original. E a variante delta que tem se mostrado mais agressiva em vários países, entre vacinados e não vacinados?”, questionou.

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