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terça-feira, dezembro 3, 2024
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Ao defender restrição do uso de máscaras, Bolsonaro confirma ser o governo da morte

Como tem feito de maneira sistemática durante toda a pandemia do novo coronavírus, Jair Bolsonaro voltou a colocar em risco a vida de milhões de brasileiros ao defender o fim da obrigatoriedade do uso de máscara para quem já teve a doença e os que já se vacinaram.

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A atitude é criminosa e confirma a acusação de que seu governo é o governo da morte ao colocar em prática uma política de boicote a medidas que visam proteger a saúde e a vida da população contra a doença, tendo como consequência o aumento das mortes no Brasil.

Bolsonaro disse ter pedido a ‘um tal de Queiroga’ para ‘ultimar’ um documento sobre o fim da obrigatoriedade. Apesar de no seu depoimento à CPI do Genocídio defender enfaticamente o uso de máscara, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, confirmou que estuda o assunto com técnicos do Ministério da Saúde. Confirmando a tese de que age para blindar Bolsonaro, mesmo tendo que se humilhar para isto, Queiroga tentou justificar a posição do presidente, como um ‘estímulo a pesquisas sobre formas de combate à doença’

Sempre subserviente, o ministro da Saúde disse nesta quinta-feira (10/6), em entrevista à Rede TV!: “O presidente quer estimular a pesquisa em todas áreas.

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Quando o presidente, de maneira muito eficiente, chama a atenção para esse ponto das máscaras, o que ele está querendo é atrair atenção da sociedade para que se instigue o espírito de investigação de nossos pesquisadores”.

Genocida

O boicote ao uso de máscara promovido por Bolsonaro passa a falsa informação sobre a ineficácia do equipamento, fazendo com que a população não se proteja, aumentando o número de infectados. Além do uso obrigatório da máscara, Bolsonaro boicotou todas as medidas de prevenção, como o isolamento social, a não formação de aglomerações, sendo contra e demorando a contratar vacinas e defendendo o tratamento precoce do coronavírus com medicamentos como a coloroquina e invermectina, que são comprovadamente ineficazes.

Estudo de cientistas da Universidade de São Paulo comprovou, através da coleta de declarações de Bolsonaro e membros do governo, ofícios e decretos que existe uma política oficial que visa a rápida propagação da doença, o que confirma a tese do genocídio sanitário.

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Segundo os pesquisadores, houve, sim, empenho do governo pela disseminação do vírus, “declaradamente com o objetivo de retomar a atividade econômica o mais rápido possível e a qualquer custo”.

O levantamento mostrou que Bolsonaro decidiu trabalhar para que a covid-19 se espalhasse rapidamente, apostando na chamada imunização natural de rebanho, mesmo sabendo que, em um país do tamanho do Brasil, isso representaria a morte de centenas de milhares de pessoas. Por isto mesmo foi criada a CPI do Genocídio que investiga a responsabilidade de Bolsonaro sobre o aumento recorde do número de contaminados e mortos pela pandemia.

Decisão absurda

A diretora do Sindicato dos Médicos, Nayá Puertas, classificou a decisão do presidente de defender o fim da obrigatoriedade do uso e máscaras para quem já se vacinou ou já teve a doença, como um absurdo. “Nós temos só 10% da população vacinada com a segunda dose, o que é um número ínfimo, o que não dá proteção a quem já está vacinado porque pode, mesmo assim, se infectar com o vírus, não desenvolver (formas graves da doença), e, por isto mesmo, transmitir para outras pessoas. É uma tese negacionista. Bolsonaro continua agindo como se não houvesse pandemia”, criticou.

Em depoimento nesta sexta-feira (11/6), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Genocídio, a microbiologista Natalia Pasternak, pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), e o médico sanitarista Cláudio Maierovitch, da Fundação Oswaldo Cruz (Ficruz)), ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), defenderam o uso de máscaras, o distanciamento, a rápida vacinação e até mesmo o lockdown, como extremamente necessários no combate à disseminação.

“A transmissão é feita por partículas que são tão leves que disseminam no ar. Se houver uma pessoa contaminada, o vírus será transmitido, sobretudo em lugares fechados e em transporte público, como nesta sala da CPI. Por isto a importância vital do uso de máscara e do distanciamento”, alertou Maierovitch Ambos defenderam a vacinação e fizeram críticas à prescrição de medicamentos comprovadamente ineficazes contra a covid-19, caso da cloroquina e da ivermectina, como vem fazendo Bolsonaro. “A não adoção de todas as formas de proteção só ajuda a aumentar o número de pessoas infectadas”, frisou Pastemak.

CPI

Até o momento a CPI levantou informações sobre a existência de um “gabinete paralelo” que, chefiado por Bolsonaro ditava a política a ser adotada na gestão da pandemia. Deste grupo participavam ‘colaboradores’ de fora do governo, entre médicos, empresários e mesmo filhos do presidente, como o vereador Carlos Bolsonaro. Os depoimentos apontaram a tentativa de mudar a bula da cloroquina, medicamento sem eficácia contra a Covid, com uso defendido pelo presidente.

Outra suspeita é o boicote à compra de vacinas. Propostas da Pfizer de venda ao governo ficaram meses sem resposta. Também propostas da Sinovac, produtora da Coronavac, foram recusadas. Bolsonaro vetou a intenção de compra após ser anunciada pelo então ministro Eduardo Pazuello.

A CPI pediu a quebra do sigilo telefônico e telemático de inúmeras pessoas, para investigar a existência do gabinete paralelo, o boicote da compra de vacinas e gastos com a compra de milhões de caixas de medicamentos para tratamento precoce e as responsabilidades por estes gastos. Entre os que tiveram o sigilo quebrado estão o ex-ministro da Saúde e genral Eduardo Pazuello, o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, o empresário bilionário Carlos Wizard, a coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI), Francieli Fontana Fantinato, e o auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Figueiredo Marques, autor de documento falso que comprovaria a supernotificação do número de mortos pela covid-10.

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