O número de profissionais de saúde que morreram em 2020 cresceu 24,5% em relação ao ano anterior. É o que aponta relatório elaborado pela Arpen/Brasil (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais) e divulgado pelo portal de notícias UOL. O levantamento revela o impacto da covid-19 entre os trabalhadores da linha de frente da pandemia.
Os dados têm como base os cartórios de registro civil, que utilizam as informações dos registros de óbitos, necessários para emissão da certidão de óbito.
Neste ano, com a segunda onda da pandemia, a situação é proporcionalmente mais grave. Até fevereiro, já foram contabilizadas 482 mortes de profissionais pela covid-19.
Ao todo, entre março de 2020 e fevereiro de 2021, foram 1.
411 óbitos pela covid-19. Em termos regionais, o Rio de Janeiro lidera o ranking com 396 mortes, seguido por São Paulo (371), Paraná (154), Bahia (115) e Rio Grande do Sul (108).
Desde o início da pandemia no Brasil, o Sindsprev/RJ, o Sindicato dos Médicos do Rio (Sinmed-RJ), o Sindicato dos Enfermeiros do Rio e conselhos profissionais da saúde, como Coren-RJ, realizam intensa campanha de denúncia das negligências cometidas por governos quanto à proteção dos profissionais que atuam na linha de frente da covid. Um dos sintomas mais graves dessa negligência é a falta ou insuficiência de equipamentos de proteção individual (EPIs).
O fornecimento de EPIs é obrigação de gestores e empresas, e o cuidado deve se estender a todos os profissionais lotados nas unidades de saúde. Na enfermagem, por exemplo, o artigo 10º do código de ética prevê que o profissional pode se recusar a trabalhar em condições que ameacem sua saúde.