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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Servidores da Vigilância em Saúde (ex-Funasa) comemoram denúncia contra Serra por caixa 2, corrupção e lavagem de dinheiro

Nesta quarta-feira (4/11), o senador José Serra (PSDB-SP) foi transformado em réu e responderá judicialmente pelos crimes de caixa 2 eleitoral, corrupção e lavagem de dinheiro. O juiz Marco Antônio Martin Vargas, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, aceitou a denúncia contra Serra e os empresários José Seripieri Filho (da Qualicorp), Mino Mattos Mazzamati e Arthur Azevedo Filho. A data desta quarta (4/11) foi o último antes de prescrição dos crimes, segundo divulgado pelo portal de notícias G1.

A ação judicial é derivada de investigação que apontou o recebimento, por Serra, de R$ 5 milhões não contabilizados como doação durante a campanha de 2014.  Segundo o juiz, há “indícios suficientemente seguros, idôneos e aptos a indicar, neste momento processual, a plausibilidade da tese acusatória”.

“Todos os trabalhadores da Vigilância em Saúde que compõem o grupo dos antigos mata-mosquitos estão comemorando a denúncia da Justiça contra Serra, que foi um dos piores ministros da saúde que o Brasil já teve. Serra foi o ministro que, em 1999, durante o governo Fernando Henrique, perseguiu e demitiu injustamente quase 6 mil mata-mosquitos contratados na época pela Funasa”, lembrou Pedro Lima, dirigente do Sindsprev/RJ e da Fenasps que também foi um dos demitidos em 1999.

Também demitido por Serra, o servidor José Carlos Pereira de Andrade, atualmente na Vigilância em Saúde, lembra as ameaças feitas na época pelo então ministro da saúde aos trabalhadores. “Quando fomos demitidos, Serra nos disse que nós jamais retornaríamos à Funasa.

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Mas ele se enganou. Por causa da nossa persistência e da nossa disposição de luta, conseguimos a reintegração em 2003. Fico feliz pela denúncia da Justiça contra Serra. Afinal, a Justiça tem quer ser para todos, sem qualquer distinção”, disse.

Se a denúncia contra Serra não tivesse sido acatada até esta quarta (4/11), ele se beneficiaria por ter mais de 70 anos, o que reduziria as penas pela metade, na hipótese de uma condenação. Ou seja: Serra estaria livre de qualquer punição.

“Durante os anos 2000, o agravamento da epidemia de dengue no Rio foi causado pela política irresponsável de Serra, quando ele demitiu 5.792 trabalhadores da Funasa. Essa demissão jogou famílias inteiras no desemprego e no abandono social. A denúncia da Justiça contra Serra não vai reparar tudo de ruim que ele fez como um dos piores ministros da saúde que o Brasil já teve, mas nos mostra que os crimes contra a saúde e os atos de corrupção não podem ficar impunes e submersos”, ressaltou Lúcia Pádua, dirigente da Fenasps e também uma das demitidas por Serra em 1999.

Além de demitir quase 6 mil mata-mosquitos, a gestão de José Serra à frente do Ministério da Saúde foi marcada por autoritarismo e constantes perseguições aos trabalhadores. Após a demissão em massa feita por Serra, os mata-mosquitos iniciaram uma longa luta pela reintegração.

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Luta que desde o início recebeu total apoio do Sindsprev/RJ e que, após 4 anos de sucessivas mobilizações, caravanas a Brasília e um histórico acampamento permanente na Cinelândia (Centro do Rio), culminou na reintegração dos trabalhadores, em 2003, já durante o primeiro governo Lula (PT). Entre 1999 e 2003, como decorrência das demissões, muitos mata-mosquitos entraram em depressão e se suicidaram ao terem suas vidas profissionais e pessoais destruídas. Essa verdadeira tragédia também tem de ser colocada na conta do governo Fernando Henrique (PSDB) e de José Serra.

O Sindsprev/RJ espera que José Serra responda pelos crimes de que é acusado. E que, formada sua culpa, ele seja efetivamente condenado.

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