Em assembleia no sábado (6/11), os servidores estatutários do Hospital Estadual Eduardo Rabello decidiram lutar contra a decisão do governo do estado de remover compulsoriamente os que não aceitarem trabalhar vinculados à Fundação Saúde, que passou a administrar a unidade, por decisão do governador Cláudio Castro. Uma negociação com o secretário estadual de saúde, Alexandre Chieppe, sobre o assunto foi intermedida pela deputada Enfermeira Rejane (PCdoB-RJ), e marcada para esta segunda-feira (8/11), às 15 horas. Será entregue abaixo-assinado ao secretário.
O hospital é o único em todo do estado voltado exclusivamente para o tratamento de idosos e vem passando por obras após uma luta dos servidores ter impedido o seu fechamento, como queria o governador. Agora, na volta ao funcionamento, o secretário de Saúde anunciou que a gestão passaria para a Fundação Saúde, como já ocorre em outras unidades que, ou estão submetidas ao órgão, ou a empresas privadas travestidas de organizações sociais (OS).
Na avaliação da diretora do Sindsprev/RJ, Clara Fonseca, a ameaça de remoção para outras unidades dos que se negarem a ser subordinados à fundação, é uma forma de pressionar os servidores a pedir demissão ou se aposentar. Acrescentou, ainda, que os que aceitarem a pressão pela transferência, perderão diversos direitos, terão aumentada a jornada de trabalho e, ficarão sujeitos ao assédio moral e a serem transferidos a qualquer momento, caso lutem por seus direitos.[
“Na assembleia de sábado foi aprovada a luta pela permanência de todos os servidores na unidade, mesmo os que não quiserem passar para a fundação. O que está sendo colocado é, ou aderir à nova gestora, ou serem colocados para fora.
No nosso ver, quem quiser aderir, adira livremente, sem pressão; são estatutários, que estão ali porque passaram por concurso e têm direitos que têm que ser respeitados.
É preciso garantir a quem não quiser aderir que fique no hospital”, afirmou a dirigente.
Clara disse que a pauta da reunião com o secretário, aprovada na assembleia é esta: a manutenção de todos no Eduardo Rabello, “unidade que o governo queria fechar, mas não conseguiu por que lutamos para que continuasse funcionando”, lembrou. Citou outros hospitais da rede que funcionam desta forma, com profissionais ligados à fundação, e outros, não, como o Instituto do Coração (Iecac), Ied, o Santa Maria, Curicica, Azevedo Lima e Ary Parreira.