Com o agravamento da pandemia de covid e a péssima condução de Bolsonaro diante da evolução da doença, aumentaram as pressões pela instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as ações, omissões e responsabilidades do atual governo, incluindo a caótica, incompetente e desinformada gestão de Eduardo Pazuello à frente do Ministério da Saúde.
Nesta quarta-feira (10/3), o Brasil superou 270 mil mortes provocadas por covid, batendo também o triste recorde de 2.286 óbitos em 24 horas.
O pedido de criação da CPI já existe formalmente desde o início de fevereiro, quando o líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apresentou um requerimento assinado por 30 parlamentares da Casa. No grupo estão políticos de diferentes posições políticas, incluindo a bancada do PT, Cid Gomes (PDT-CE), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Fabiano Contarato, Zenaide Maia (Pros), Álvaro Dias (Podemos), Eliziane Gama (Cidadania), Major Olímpio (PSL), Omar Aziz (PSD), Tebet (MDB) e Rose de Freitas (MDB).
Líderes como o do PSDB, Izalci Lucas (DF), e o da maioria, Renan Calheiros (MDB-AL), também são favoráveis à criação da CPI. A solicitação, contudo, vem esbarrando no presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que alega “falta de condições” para instalar a comissão neste momento. Pacheco é aliado de Bolsonaro e foi eleito para a presidência do Senado com apoio explícito do governo.
Bolsonaro e seu incompetente ministro Pazuello têm de responder por omissão e desleixo no trato da situação de emergência sanitária imposta pela covid. A lamentável dupla sempre demonstrou extrema má-vontade em adotar as necessárias medidas de combate à disseminação da doença, como distanciamento social e uso de máscara.
O caso mais escandaloso de omissão foi (e continua sendo) a ausência de um plano nacional consistente de vacinação. Enquanto países no resto do mundo se antecipavam para a compra de vacinas, seringas e agulhas, Bolsonaro e Pazuello nada faziam. E o resultado de tanta irresponsabilidade foi botar o Brasil em último lugar no ranking da vacinação contra a doença.
Até o momento, apenas 4,2% da população brasileira foi vacinada. Nesse ritmo, todos os brasileiros só estarão vacinados no final de 2022.