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sábado, maio 11, 2024
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Se pressão aumentar, Pazuello pode virar ‘boi de piranha’ de Bolsonaro

Aumenta a cada dia a revolta contra o descaso com que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) trata a pandemia do novo coronavírus e a vida da população e contra o agravamento da crise econômica.

O fato vem sendo registrado pelas pesquisas de opinião, sendo expresso pelo crescimento significativo do número de mensagens exigindo o fim do seu governo nas redes sociais e as mobilizações de rua, como as carreatas de sábado (23/1) realizadas em todo o país pela vacinação imediata contra o coronavírus, em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e pelo Fora Bolsonaro.

A mídia empresarial, no entanto, fiadora da política econômica de redução do setor público – que é voltado ao atendimento da população e o desenvolvimento econômico e social do país –, deixou de dar a devida importância às carretas de sábado último na maioria dos estados. As manifestações exigiram o impeachment de Bolsonaro, principalmente por negar a gravidade da doença, recusar-se a coordenar nacionalmente o combate à covide-19, boicotar o isolamento social e a não tratar a vacinação como prioridade.

Nas matérias, o espaço maior foi reservado a críticas merecidas ao subordinado de Bolsonaro, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuelo. A mídia deu bastante destaque ao papel do ministro na crise humanitária que matou milhares de pessoas em Manaus, mas deixou de responsabilizar, também, o presidente. Segundo analistas políticos, parecia um enredo para, se a pressão aumentar, Bolsonaro poder substituir o ministro-general para refrear o crescente repúdio ao seu governo.

Crise aumenta

Mas, ao mesmo tempo, segundo os analistas, as carreatas mostraram que, mesmo deixando de dar a devida importância às manifestações que ocorreram nacionalmente e devem ser apenas o início de uma série de mobilizações exigindo o fim do governo, a mídia empresarial não pôde deixar de registrar o fato. E será forçada, com a ampliação deste movimento, como sempre acontece, a abrir espaço em sua cobertura jornalística à exigência do impeachment.

A respeito do assunto, cabe registrar que há 56 pedidos de instauração de processo de impeachment contra Bolsonaro aguardando serem analisados pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Muitos deles, relacionados a crime de responsabilidade pelo genocídio causado pela covid-19 e pelo qual, segundo os pedidos de impeachment, teria responsabilidade também o presidente, pela recusa em tomar medidas de combate à doença.

As carreatas

Listamos aqui algumas carreatas, priorizando as capitais e grandes cidades. A carreata do Rio de Janeiro (capital) começou pela manhã, na Avenida Presidente Vargas, próximo ao monumento em homenagem a Zumbi dos Palmares. Um carro de som foi seguido por todo o trajeto por carros, motos e bicicletas. Uma faixa inteira (seis pistas) chegou a ser interditada. A manifestação seguiu em direção à Zona Norte.

A carreata de São Paulo teve início na Assembleia Legislativa (Alesp), de onde seguiu até à Praça Franklin Roosevelt. No Recife (PE), a carreata foi pela manhã, da Fábrica Tacaruna até a Avenida Agamenon Magalhães. Em Fortaleza (CE), foi da Praia de Iracema, passando por várias ruas da cidade. Em Curitiba (PR), a carreata aconteceu à tarde, a partir da Praça Nossa Senhora de Salete.

Houve grandes carreatas, ainda, em Belo Horizonte (a maior de todas), Brasília (da Funarte à Esplanada dos Ministérios, ocupando parte do Eixo Monumental), além de Florianópolis (SC), Porto Alegre (RS), Belém (PA), Teresina (PI), Salvador (BA), João Pessoa (PB), Aracaju (SE), Porto Velho (RO), Maceió (AL), Rio Branco (AC), Campinas (SP), Ribeirão Preto (SP), Piracicaba (SP), Presidente Prudente (SP), Mogi das Cruzes (SP), São José do Rio Preto (SP), Uberlândia (MG), Uberaba (MG), Montes Claros (MG), Varginha (MG), Boa Vista (RR), Goiânia (GO), Vitória (ES), Campo Grande (MT), São Luís (MA), Sorocaba (SP), Divinópolis (MG) e Palmas (TO).

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