Os servidores da rede federal de saúde do Rio de Janeiro foram os primeiros em todo o país a aprovar o indicativo da Federação Nacional (Fenasps) de greve por tempo indeterminado, na primeira quinzena de abril, como parte da Campanha Nacional Unificada dos Servidores Públicos Federais. A decisão foi tomada em assembleia realizada em frente ao Departamento de Gestão Hospitalar (DGH), nesta quarta-feira (7/2), na concentração do Bloco da Saúde Federal ‘Filhos da Pública’, que agitou com muito samba as ruas do Centro da Cidade, chamando a atenção da população para as suas reivindicações.
“Em uma assembleia anterior havíamos aprovado greve por tempo indeterminado a partir de 19 de fevereiro, como parte da campanha pela reposição salarial e outros itens da minuta entregue em fevereiro ao governo Lula pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe). Mas avaliamos ser melhor, do ponto de vista tático, unificar nosso calendário com o da Fenasps, o que fortalece a luta nacional”, explicou a diretora do Sindsprev/RJ Christiane Gerardo.
A assembleia aprovou, ainda, que a Fenasps inclua a pauta do Rio de Janeiro na pauta nacional que está sendo negociada com o governo. Entre os principais itens da pauta local estão: reposição salarial; concurso público; suspensão da entrega das unidades federais à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh); garantia das 30 horas para todos, inclusive servidores do Inca; fim do sucateamento das unidades federais e pagamento do piso da enfermagem em valores integrais.
Bloco diz não à Ebserh
Tendo à frente as rainhas da Bateria Furiosa, Nay Oliveira e Alessandra, o Bloco da Saúde Filhos da Pública levou o Carnaval para as principais ruas do Centro da Cidade. Organizado pelo Sindsprev/RJ, o bloco contou com a participação de servidores dos hospitais da rede federal do Rio.
O enredo estava no samba, nas faixas e abadás: não à entrega do Hospital dos Servidores e demais unidades à Ebserh; reposição das perdas salariais, concurso público e piso nacional da enfermagem. Após a assembleia, o bloco saiu da concentração na Rua México, às 12h40. Muita gente parou para assistir ao desfile, aplaudindo, apoiando os servidores, tirando e postando fotos na internet, o que fez com que o bloco fosse um dos assuntos mais comentados nas redes virtuais.
Assista ao vídeo sobre a manifestação, clicando no link abaixo:
Às 12h52, a agremiação entrou na Avenida Almirante Barroso, sendo saudada pela população. Os sambas cobravam do governo Lula o fim do arrocho dos salários: “Ei, você aí (Lula), me dá meu aumento aí. Não vai dar, não vai dar não: Você vai ver a grande confusão que eu vou fazer, gritando até sair (o reajuste)”, e o também o samba que ficou famoso na voz de Beth Carvalho: “Chora, não vou ligar, chegou a hora, vais me pagar, pode chorar, pode chorar”.
Servidores e diretores do Sindicato desfilaram vestidos de anjos e anjas, noivas, piratas e enfermeiras. Além de vários dirigentes do Sindsprev/RJ – entre eles Ivone Suppo, Sidney Castro, Clara Fonseca Sebastião de Souza, Robson Jordino, Milton Trovão, Cristiane Bulhões, Milena Lopes, Albirato Goudart, Osvaldo Mendes e Luiz Henrique –, fizeram parte da folia dirigentes do Sindicato dos Enfermeiros Líbia Belluscci e Cristina Venetilho.
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