A intensificação do massacre de Israel contra os palestinos da Faixa de Gaza levou organizações sociais e populares a marcar para o próximo dia 9 de novembro, um segundo protesto no Rio de Janeiro pelo fim do genocídio que já matou mais de 7 mil palestinos, entre estes, mais de 3 mil crianças, deixando 19.275 feridos. A decisão foi tomada em plenária convocada pelo Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino, realizada no último dia 23, da qual participaram movimentos populares, coletivos de trabalhadores e representantes de partidos políticos.
Será uma passeata que sairá dos fundos da Igreja da Candelária em direção ao Consulado dos Estados Unidos, país cujo governo apoia a investida armada, inclusive com o envio de navios e aviões às já poderosas forças armadas israelenses, negando-se a fazer qualquer movimento rumo a uma saída negociada para o conflito. A concentração está marcada para as 17 horas. O ato anterior aconteceu no dia 19 de outubro, na Cinelândia.
O protesto vai cobrar, também, do governo brasileiro, o rompimento das relações diplomáticas com Israel, frente à escalada bélica, que tem provocado a ampliação do assassinato em série de civis, e à negativa em encontrar uma solução negociada. As manifestações do Rio de Janeiro e em outras cidades brasileiras se somam às que estão se multiplicando em todo o mundo, como em outros países da América Latina, nos Estados Unidos, nações da Europa, África, Ásia e Oriente Médio.
Crimes de guerra
O protesto defende, ainda, o fim da ocupação militar de Israel sobre os territórios palestinos, bem como a criação de um Estado Palestino. Os participantes da plenária definiram como prioridade, fortalecer as manifestações programadas para acontecerem em todo o mundo no dia 29 de novembro, Dia Mundial de Solidariedade à Palestina.
“É muito importante que a população do Rio de Janeiro e de todo o Brasil se junte ao clamor mundial pelo fim do genocídio na Palestina que vem sendo imposto de uma forma brutal pelo exército israelense, inclusive com bombas de fósforo, proibidas internacionalmente, matando civis, milhares de crianças, derrubando mesquitas e hospitais”, lembrou a coordenadora do Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino, Maristela Santos Pinheiro.
Acrescentou que Israel cortou na região o fornecimento de água, energia elétrica, medicamentos e outros insumos para os hospitais que recebem crianças com a pele derretendo em função das bombas de fósforo cujo uso é vedado pelas convenções internacionais.
“Estamos assistindo pela televisão ao maior crime de guerra da história da humanidade, com o apoio do imperialismo dos Estados Unidos. Israel diz que está lutando contra o Hamas, o que é uma mentira, está matando a população civil desarmada. Há uma luta de todas as entidades palestinas, já há décadas, de resistência contra o Estado opressos de Israel, da qual o Hamas faz parte. A população mundial não pode ficar calada diante de uma situação destas”, afirmou Maristela.
De olho nas reservas de gás
Lembrou que a Palestina vem sofrendo estas agressões desde 1948 quando foi imposta a criação do Estado de Israel. Denunciou que há um interesse econômico de Israel, ainda escondido: 60% da costa marítima de Gaza esconde uma vasta reserva de gás da qual Israel quer se apossar e, para isto, precisa expulsar a população palestina.
“Por tudo isto a plenária aprovou a exigência de que o governo brasileiro rompa relações com Israel diante dos crimes de guerra que o país vem impondo à Palestina. Lula tem que romper com Israel, enquanto estiverem fazendo este genocídio”, afirmou.