A renda média dos brasileiros nunca esteve tão baixa. É o que revela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) relativa ao ano de 2021. Segundo a pesquisa divulgada este mês, a renda média foi, no ano passado, de R$ 1.353,00, o menor valor em 10 anos, considerando a série histórica da pesquisa iniciada em 2012.
Entre 2012 e 2014, por exemplo, a renda média do brasileiro cresceu 6,2% (de R$ 1.
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417 para R$ 1.505). Essa tendência de crescimento da renda média, porém, foi alterada em 2015, quando o país amargou o início da recessão. Naquele ano, o rendimento caiu 3,1%, estimado em R$ 1.458. A renda média continuou perdendo valor em 2016, com queda de 1,3%, mas voltou a crescer entre 2017 e 2019 – registrando um aumento de 5,2%.
A renda média chegou a atingir a maior média da série (R$ 1.
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520) em 2019, antes da chegada da pandemia de Covid-19, mas tem caído desde que o país passou pelos efeitos econômicos da crise sanitária. Em 2020, o recuo da renda média dos trabalhadores foi 4,3%, na comparação com o ano anterior. Em 2021, a retração foi de 6,9%.
Queda de renda: veja outras pesquisas
Quando analisada a renda média de acordo com as classes de renda, o estudo mostra que houve queda no ano passado em todas as faixas de renda, mas os mais pobres foram mais penalizados. Se considerados os 50% da população com os menores rendimentos, esta parcela recebeu, em média, R$ 415 em 2021, o menor valor em dez anos.
Assim como a renda média per capita, o rendimento mensal real da população também amargou o maior tombo já registrado na série histórica da pesquisa. A renda mensal média de todas as fontes, já descontada a inflação, passou de R$ 2.386 em 2020 para R$ 2.265 em 2021, menor valor em dez anos. A retração representa uma queda de 5,1%, a mais intensa da série.
A pesquisa aponta ainda o aumento da inflação como outro fator que explica a queda na renda dos trabalhadores. Em 2021, o índice oficial de inflação foi de 10,06%.
Governo Bolsonaro agravou queda de renda: veja aqui
A queda geral de renda média dos trabalhadores brasileiros vem sendo agravada no governo Bolsonaro. Sob o atual governo, por exemplo, o salário mínimo está com seu valor mais baixo, na comparação com os governos de Lula (PT) e Dilma (PT).
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Além de o salário mínimo estar mais desvalorizado, aumentou o número de trabalhadores brasileiros que recebem apenas o salário mínimo (ou R$ 1.212,00). Segundo levantamento realizado pela Tendências Consultoria, o total de trabalhadores brasileiros nesta situação é de 38% da força de trabalho no país. Para efeito de comparação, em 2015 esse percentual era de 27,6% e foi a 30,09% em 2018, ainda no governo Temer. Do início do governo Bolsonaro, em 2019, até o primeiro trimestre deste ano, contudo, o percentual de trabalhadores que recebem até um salário mínimo pulou para 38%.
Os números indicam que mais de um terço dos trabalhadores brasileiros, estejam ou não na informalidade, recebem vencimentos cada vez mais achatados. Em números absolutos, são mais 36,4 milhões de trabalhadores nesta situação, na comparação com o fim do governo Temer.