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terça-feira, maio 14, 2024
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Polícia de Cláudio Castro promove chacina no Complexo do Alemão. Bolsonaro ignora matança

Mais de 20 pessoas foram mortas por integrantes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil e da Polícia Rodoviária Federal, nesta quinta-feira (21/7) numa das maiores chacinas já ocorridas no estado, desta vez, no Complexo do Alemão. A estimativa foi feita pela Ouvidoria da Defensoria Pública do Rio de Janeiro e publicada em matéria do site UOL. A operação teve início às 5 horas desta quinta-feira.

Guilherme Pimentel, ouvidor da Defensoria Pública, afirma que levantou o número junto ao diretor da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Alemão — onde chegaram 15 corpos — e da equipe de assistência social do Hospital Estadual Getúlio Vargas — onde chegaram 5 corpos, incluindo de um policial militar. Ao longo da tarde desta quinta-feira, moradores levaram corpos às unidades de saúde.

Osvaldo Mendes, diretor da Secretaria de Gênero, Raça e Etnia do Sindsprev/RJ, condenou com veemência o massacre. “Mais uma vez o Estado brasileiro mostra que vê o povo negro como seu inimigo número 1. Faz estas incursões nos morros e favelas com o objetivo de eliminar o povo negro”, afirmou. O dirigente relatou que no dia da invasão policial ao Complexo do Alemão a Clínica Rodolfo Rocco (antigo PAM Del Catilho), onde trabalha, teve que ser fechada por uma questão de segurança.

“Ouvíamos muitos tiros, mesmo estando distantes, do lado oposto do Complexo do Alemão. Passaram por aqui muitos helicópteros indo para lá. A polícia levou os corpos para a UPA do Alemão e para o Hospital Getúlio Vargas” contou.

Em campanha eleitoral

Jair Bolsonaro, como era de se esperar, ignorou a matança e se solidarizou apenas com o policial militar morto antes da invasão policial, importante base eleitoral do presidente. Uma prova de que houve uma matança indiscriminada e não uma operação para prender supostos criminosos, é que, de acordo com a própria polícia civil, os mortos ainda estão sendo identificados.

Para a deputada Jandira Feghalli (PCdoB-RJ), a repetição de massacres nas comunidades pobres vem sendo usada como campanha eleitoral pelo governador Cláudio Castro. “É chocante que o governador Claudio Castro, responsável pelas chacinas no Rio de Janeiro, use a morte e a dor das famílias do Complexo do Alemão e da PM para fazer campanha eleitoral. Nunca cumpriu a decisão do STF e todos os dias faz operações desastrosas e provoca mortes de civis”, denunciou.

Caveirões, terror e sangue

A investida da polícia do governador, como outras em Manguinhos e Vila Cruzeiro, afronta liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) que proíbe a realização de operações policiais. Imagens que circularam nas redes sociais mostram corpos cobertos de sangue pelas ruas, alguns sendo colocados em viaturas.

Nos vídeos aparecem pessoas gritando aterrorizadas e o som de muitos tiros. Outras imagens mostram homens da Polícia Rodoviária Federal fortemente armados pouco antes de invadir a comunidade.

Um morador filmou três caveirões (veículos blindados usados pelas polícias do Rio de Janeiro) subindo em um dos acessos da localidade, no fim da madrugada, e testemunhas afirmam que os policiais já entraram atirando. Em outro vídeo uma moradora se desespera, pois fica em um beco sem conseguir sair, com seu irmão e seu filho. Nas imagens, ela relata que “os PMS passaram atirando”

De acordo com a PM, a operação contou com a participação de cerca de 400 policiais, quatro aeronaves e 10 veículos blindados. Até o meio da tarde, o resultado da mobilização no Complexo do Alemão foi a apreensão de dois fuzis, duas pistolas e uma metralhadora.

Violência e vingança

“Há relatos de muita violência”, diz a procuradora da comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, Mariana Rodrigues. “De pessoas presas em casa, pessoas feridas que não conseguem atendimento médico, crianças com tiros de raspão que o disparo atravessou a parede das casas. A gente tem muitos relatos aqui, mas a gente não consegue entrar na comunidade por conta da instabilidade do território.”

O Fórum Popular de Segurança Pública (Fpopseg) oficiou o Ministério Público do Rio de Janeiro relatando as violações, solicitando informações e exigindo o controle das polícias. Em documento, denuncia que desde as 5 da manhã desta quinta-feira (21/7), Core, Bope e PRF vem produzindo mais uma operação de terror no Complexo do Alemão.
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O Fospeg é uma articulação de movimentos sociais de favelas, movimentos de familiares de vítimas de violência de Estado, organizações da sociedade civil e universidades.

“Moradores e moradoras relatam uso da Tróia (quando policiais ficam de tocaia preparados para emboscar supostos criminosos), utilização de mandatos coletivos e outras violações. E após a morte de um policial na operação, sabemos que está em curso uma operação vingança”, afirma documento do Fórum.
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A entidade critica o Ministério Público do Estado que segue não realizando o seu papel constitucional de controle externo das polícias.
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Acrescenta que o governador do estado Cláudio Castro continua descumprindo a liminar do STF que determinou a suspensão das operações policiais.

*Com informações do Fórum Popular de Segurança Pública (Fpopseg) e dos sites UOL, Voz da Comunidade e Ponte.

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