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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Obra clássica de Jorge Amado, romance ‘Mar Morto’ expressa o imaginário social da Bahia

Vivida entre o cais e as ondas do mar, a história do marinheiro Guma e sua amada Lívia é o tema de ‘Mar Morto’, um dos mais profícuos romances da literatura brasileira, obra que, em junho próximo, completa 84 anos.

Lançado em 1936 pelo grande romancista baiano Jorge Amado (1912-2001), ‘Mar Morto’ é por muitos considerado exemplar para a definição não somente dos arquétipos que estruturam muitas das obras do escritor — como o universo praieiro nordestino, os tipos humanos marginalizados, a religiosidade afro-brasileira e a dura realidade de sobrevivência do proletariado —, mas também do próprio imaginário social brasileiro. O que levou o também escritor baiano João Ubaldo Ribeiro (1941-2014) a afirmar que Jorge Amado ‘foi um dos inventores do Brasil’.

História a um só tempo de beleza, drama, dor e poesia, ‘Mar Morto’ se debruça sobre o cotidiano e as vidas dos mestres de saveiro da Bahia em sua inseparável relação com os mistérios do mar — pano de fundo da bela (e ao mesmo tempo trágica) história da paixão de Guma e Lívia — e em sua árdua luta para sobreviver num mundo que, econômica e socialmente, lhes é cada vez mais hostil. Mundo sobre o qual os marinheiros ainda não desenvolveram os mais básicos rudimentos da consciência de classe, ao contrário o que ocorre em ‘Capitães da Areia’, outro romance de Jorge Amado no qual essa consciência emerge no personagem central, Pedro Bala.

Ambientada no belíssimo mar da ilha de Itaparica, a história de ‘Mar Morto’ e sua simbologia praieira também guardam pontos de contato com a música de Dorival Caymmi (1914-2008) e a pintura de Carybé (1911-1997), conformando uma espécie de sincronicidade entre três formas distintas e complementares de manifestação artística.

Além de ‘Mar Morto’, Jorge Amado foi autor de outras importantes obras já clássicas da literatura brasileira, como ‘Gabriela, Cravo e Canela’; ‘Terras do Sem Fim’; ‘São Jorge dos Ilhéus’; ‘Jubiabá’; ‘Seara Vermelha’; ‘Tieta do Agreste’; ‘Teresa Batista Cansada de Guerra’ e ‘ABC de Castro Alves’.

 

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