Para exigir a imediata exoneração de Alexandre Telles do cargo de coordenador do Departamento de Gestão Hospitalar (DGH), os profissionais da rede federal de saúde fazem uma nova manifestação em frente ao órgão, nesta quinta-feira (14/3), a partir das 11 horas, na Rua México, 128 – Centro. Com uma administração amadora e ditatorial, Teles tem aumentado o caos existente nos hospitais, cortando ainda mais o orçamento das unidades da rede, não realizando concurso e apostando no abandono para privatizá-la.
O ato vai cobrar ainda reajuste salarial, cumprimento do acordo de greve, concurso público e carreira, renovação dos contratos temporários, fora Ebserh e RioSaúde. Os servidores também exigem o fim do desmonte dos hospitais, respeito e valorização.
Gestão caótica
Pelas decisões contraditórias, Telles tem se enfrentado, inclusive, com alguns subordinados no próprio DGH. O efeito tem sido a quase paralisia do órgão, que deixa de dar respostas para resolver todo tipo de problema, como a renovação dos contratos temporários da União (CTUs) que vencem em maio. Em fevereiro, Alexandre Telles isolou-se ainda mais ao criar a Coordenação-Geral de Governança Hospitalar, centralizando a gestão das unidades e acabando com o trabalho conjunto com as diretorias dos hospitais federais.
“Isso não é gestão, é um bando de aloprados. A gente quer que isso tenha fim. O que a gente quer são condições dignas de trabalho e de atendimento à população; queremos investimento, concurso público e sermos tratados com o devido respeito”, afirmou a diretora do Sindsprev/RJ Christiane Gerardo. Segundo informações, os equívocos de Telles têm piorado também a relação interna no DGH, levando a uma escalada de desentendimentos.
“Enquanto eles tecem essa rede de tramoias e fofocas, não têm resposta sobre o que é fundamental, como a renovação dos contratos temporários que vencem em maio, sobre a mediação do Ministério da Saúde junto ao Ministério da Gestão e Inovação para que tenhamos um reajuste decente. A gente precisa ter uma gestão séria e competente, e não uma administração amadora e despreparada que provoca este caos que está instalado”, frisou a dirigente.
Na sexta-feira passada (8/3), os servidores do Hospital Federal Cardoso Fontes paralisaram suas atividades por 24 horas pela demissão de Telles e ocuparam o hall de entrada do prédio do DGH. Exigiram a saída do coordenador do órgão e serem recebidos por ele para uma negociação, o que somente aconteceu à tarde. Aos dirigentes do Sindsprev/RJ, Alexandre Telles disse que levaria ao Ministério da Saúde as reivindicações feitas pelos servidores.
Como o quadro de confusão e crise na saúde federal se agrava a cada dia com a gestão Alexandre Telles, agora os profissionais de todos os hospitais da rede decidiram pela participação no ato desta quinta-feira (14/3) pela sua saída imediata. Em sua gestão, Telles tem feito exatamente o contrário do que se comprometeu: reduziu o orçamento da rede, não fez concurso público para acabar com o déficit de pessoal de mais de 12 mil servidores, aumentando o caos existente para justificar a entrega da saúde federal para a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) ou a RioSaúde, primeiro passo para a privatização dos hospitais federais.