Ao contrário do que afirma o governo Bolsonaro, a situação dos trabalhadores brasileiros não melhorou nos últimos anos. É o que comprova estudo do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp) da Uerj. Segundo o estudo, 38,7 milhões de brasileiros e brasileiras vivem em lares sem qualquer renda do trabalho, nem mesmo o informal.
Essas pessoas representavam 17,9% da população brasileira em 2021, o segundo maior patamar já registrado desde 2012.
A situação só não é pior que a de 2020, ano em que o isolamento social decorrente da pandemia de covid impediu que parte relevante dos trabalhadores, principalmente os sem carteira assinada, conseguisse trabalhar.
“Apesar da melhoria recente, nunca se trabalhou tão pouco assim. Isso significa que uma série de pessoas está vivendo exclusivamente de rendas assistenciais, estratégias precárias e previdência de baixa remuneração. A renda informal não retornou para as famílias no mesmo nível de antes. São menos recebedores, com renda menor e vínculos mais frágeis”, afirmou o sociólogo Rogério Barbosa, professor do Iesp/Uerj, em declaração ao jornal O Globo.
O levantamento do Iesp aponta ainda que 2% da população, cerca de 4 milhões de pessoas, não recebem qualquer tipo de remuneração, percentual que dobrou em relação a 2012 e representa a maior parcela já registrada de brasileiros sem qualquer tipo de renda.
Outro fator que vem agravando a situação dos trabalhadores brasileiros desde 2019 é a política do governo Bolsonaro de não conceder aumento real no salário mínimo. Num quadro de alta inflação e desemprego, como o atual, essa nefasta política aumenta ainda mais os índices de pobreza em todo o país.