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quinta-feira, maio 2, 2024
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Ministério da Saúde persegue Christiane Gerardo, uma das lideranças das greves da saúde federal

O Ministério da Saúde do governo Lula decidiu ressuscitar uma sindicância instaurada contra a diretora do Sindsprev/RJ Christiane Gerardo pela ex-diretora do Hospital Cardoso Fontes, Zenilde Fernandes Mendes, em fevereiro de 2022, ainda durante o governo Bolsonaro. O mais grave da situação é que o ofício da presidente da Comissão de Sindicância Acusatória, Madalena Avelar Diniz, da Corregedoria do Ministério, solicitando informações do caso à direção da unidade para dar prosseguimento às investigações, é datado de 27 de março, portanto, logo após greves e ocupações vitoriosas da saúde federal que garantiram a exoneração do médico Alexandre Telles, da coordenação do Departamento de Gestão Hospitalar (DGH) e sua substituição por Cida Diogo.

Desta forma o caso pode ser visto como retaliação a toda a direção do Sindsprev/RJ – por sua luta em defesa da saúde pública de qualidade, pela retomada dos investimentos no setor e pelos direitos dos servidores – e, em particular, à Christiane Gerardo, uma das principais lideranças das greves da saúde federal. O episódio expõe, além disto, uma enorme contradição, já que, assim como a dirigente e todo o Sindsprev/RJ, o próprio governo Lula denunciou e denuncia o negacionismo de Bolsonaro como uma prática de caráter genocida, que gerou a morte, que podia ser evitada, de milhares de pessoas, vitimadas pela covid-19.

A acusação feita à época foi a de que a dirigente teria cometido ato de insubordinação ao denunciar em rede social o assédio moral que sofreu por parte da então diretora do Cardoso Fontes e a situação de fechamento de leitos em plena pandemia, seguindo a política negacionista de Bolsonaro. Na publicação Christiane frisa ter sido ameaçada de transferência por não concordar com o fechamento de leitos em um momento tão difícil para a população, em plena pandemia.

A postagem assim como cartazes, faixas e discursos feitos à época pelo Sindsprev/RJ, denunciavam o negacionismo do governo Bolsonaro e o aprofundamento do desmonte dos hospitais federais, sendo, portanto, a denúncia destes fatos uma obrigação da dirigente e de todo o Sindicato em defesa da saúde e pela valorização dos servidores. A instauração da investigação em 2022 buscava calar a dirigente. Mas o mais grave é que a perseguição volte a acontecer agora em pleno governo Lula do qual o presidente, assim como Christiane, também foi duramente perseguido quando era uma importante liderança sindical metalúrgica.

CPI

Vale a pena lembrar que as práticas negacionistas do governo anterior foram tão graves que levaram à instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Ao seu final, indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quatro ministros e outras 73 pessoas, além de duas empresas, por crimes relacionados à pandemia. Bolsonaro foi citado em nove tipos penais como crimes de responsabilidade. Essa política causou a ampliação do desmonte dos hospitais federais, entre eles, o Cardoso Fontes.

Na postagem Christiane denuncia diretamente esta questão: “Uma rede com um orçamento de mais de R$ 1 bilhão, que vem propositalmente sendo desmontada pelo governo federal”…”as ameaças (o assédio moral que sofreu) buscam calar aqueles que não concordam com o modus genocida de gestão do governo Bolsonaro, onde fechar leitos de uma unidade federal é mais um instrumento para gerar o caos na saúde pública e aumentar o índice de mortes”, lembrou.

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