Na próxima terça-feira (8 de Março), manifestações em todo o país vão marcar o Dia Internacional da Mulher (8M). No Rio de Janeiro, o ato público unificado será realizado no Centro, em frente à Candelária, onde as manifestantes vão se concentrar a partir das 16h, seguindo às 18h em passeata até a Cinelândia.
Antes disso, porém, haverá mobilizações em Niterói, a partir das 13h, com ato público em frente à Prefeitura. Convocada pelo Sepe-RJ, com apoio do Sindsprev/RJ e da Associação dos Servidores da Saúde de Niterói, a manifestação “Por um Brasil sem machismo, racismo e fome” vai reivindicar a implantação da tabela salarial dos profissionais de saúde do município, o pagamento do abono-covid e a garantia de emprego no Programa Médico de Família (PMF). “Nesta manifestação nós vamos reafirmar a defesa de todos os trabalhadores da saúde, independente do vínculo. Todos nós, mulheres e homens, temos que estar unidos neste momento, para exigir nossos direitos”, afirmou Ivone Suppo, da direção do Sindsprev/RJ em Niterói.
Às 15h, na estação das barcas, acontecerá manifestação, de onde as mulheres niteroienses seguirão para o Centro do Rio, juntando-se às mobilizações da Candelária.
Além do Movimento 8M, do Sindsprev/RJ, da Associação dos Servidores da Saúde de Niterói e do Sepe-RJ, as mobilizações do dia 8 de Março estão sendo apoiadas pelas centrais sindicais, como CUT-RJ, CSP Conlutas, CTB, Fórum de Saúde do RJ e movimentos como Unegro (União de Negros pela Igualdade), entre outros.
Maioria da população brasileira, as mulheres destacam-se cada vez mais profissionalmente, em todas as áreas e setores da vida social e da economia, seja na iniciativa privada ou no serviço público. Apesar de sua presença e contribuição cada vez maiores para o desenvolvimento do Brasil, são também as mulheres as que recebem os menores salários no mercado de trabalho. Pesquisa realizada pelo Instituto República mostra que, mesmo no funcionalismo brasileiro, elas ganham menos do que os homens. Segundo o estudo, a média salarial da mulher no serviço público não chega a quatro salários mínimos, enquanto a dos homens consegue atingir até mais do que cinco salários mínimos mensais.
No setor privado, as mulheres também são as que recebem os menores salários, seja na indústria, comércio ou agricultura. Embora o número de mulheres empregadas (formal ou informalmente) tenha crescido no conjunto da economia brasileira, a discriminação salarial contra elas é um fato, aproveitado pelas empresas para impor uma exploração ainda maior.
Violência e feminicídio
As mulheres também continuam vitimadas por um grave problema: o feminicídio, que voltou a crescer a partir de 2019 — primeiro ano do governo Bolsonaro —, após ter experimentado queda em 2017 e 2018.
O crescimento dos feminicídios sob o atual governo — cerca de 5% — não acontece à toa. Afinal, a eleição de Bolsonaro, em 2018, encorajou comportamentos e atitudes de setores sociais cada vez mais reacionários da formação social brasileira, potencializando o machismo, a violência e a misoginia que historicamente existem no imaginário social do país. São setores que, conformando parte significativa da base social de apoio a Bolsonaro, também possuem uma histérica ideologia racista, escravocrata e homofóbica.
Setores que sonham com a volta do Brasil à época dos senhores de engenho e das capitanias hereditárias.
Apesar de expressivos avanços ocorridos no Brasil com relação à proteção das mulheres — como a edição da Lei Maria da Penha, que visa coibir a violência doméstica e familiar —, o fato é que as agressões continuam crescendo e já colocam o Brasil na vergonhosa posição de quinto país do mundo em número de feminicídios, segundo levantamento produzido pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).
Veja o calendário completo
Dia 5/3: Sarau no Horto do Fonseca , das 11h às 15h
Dia 6/3: Atividade, no Campo de São Bento, para chamar para o 8M, das 10h às 12h
Dia 8/3: Manifestação na frente da prefeitura, puxada pelo Sepe-RJ, às 13h
Dia 8/3: Esquenta, nas barcas, de Niterói, às 15h
Dia 8/3: Pegar a barca para o Rio de Janeiro, das 16h30h
Dia 8/3: Manifestação do 8M, às 17h, da Candelária até Cinelândia.