O Sindsprev/RJ repudia a homenagem que a Câmara Municipal de Niterói, por meio do vereador Douglas Gomes (PTC), quer prestar no próximo dia 20 de novembro ao atual presidente da Fundação Palmares, o bolsonarista Sergio Camargo.
Conhecido por suas posições ultrarreacionárias e de extrema direita, Sergio Camargo foi recentemente denunciado na Organização das Nações Unidas (ONU) por violações de direitos humanos e dos interesses da população negra. Encaminhada em junho deste ano pela Coalizão Negra por Direitos — que reúne movimentos negros e de luta contra o racismo —, a denúncia pede que a ONU notifique o Estado brasileiro, a fim de “garantir o exercício de direitos da população negra no Brasil e a proteção da memória e patrimônio cultural que estão sob tutela da Fundação Palmares”.
Entre outras barbaridades que já proferiu, Sergio Camargo nega que haja racismo no Brasil e, por inúmeras vezes, atacou a figura histórica de Zumbi dos Palmares. Em outras ocasiões, Sergio Camargo insultou os movimentos negros brasileiros, chamando seus militantes de “vagabundos” e “escória maldita”.
A gestão de Camargo à frente da Fundação Palmares tem sido marcada pela tentativa aberta de apagar e esvaziar a memória da luta racial no Brasil. Um dos exemplos, segundo a denúncia encaminhada à ONU, foi quando Camargo tentou suprimir, da lista de personalidades negras do Brasil, nomes como os de André Rebouças, Carolina Maria de Jesus e Conceição Evaristo, entre outros.
“Precisamos repudiar completamente a lamentável homenagem que a Câmara de Niterói quer fazer a Sergio Camargo, uma pessoa absolutamente desqualificada, um inimigo do povo negro, de sua cultura, memórias e tradições de luta contra a discriminação racial.
O mais lamentável é que a homenagem está marcada para o dia 20 de novembro, feriado nacional da consciência negra, o que é um insulto a todos os negros e negras brasileiros. A Câmara de Niterói não pode aceitar tamanho absurdo, não pode permitir essa homenagem infame, sob pena de manchar definitivamente a sua imagem pública”, afirmou Osvaldo Mendes, dirigente da Secretaria de Gênero, Raça e Etnia do Sindsprev/RJ.