A greve nacional dos trabalhadores dos Correios por tempo indeterminado, iniciada na noite de segunda-feira (17/8), tem uma pauta geral muito semelhante às reivindicações de várias outras categorias, como petroleiros, bancários, metalúrgicos e metroviários. A greve é parte da luta contra a venda da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) — que Bolsonaro e Paulo Guedes querem entregar ao capital privado —, contra os cortes de direitos previstos no Acordo Coletivo da categoria e em repúdio à negligência da gestão da empresa com a saúde dos trabalhadores na pandemia de COVID-19.
Em 1º de agosto (data-base dos Correios), segundo as duas federações (FENTECT e FINDECT), os trabalhadores da ECT foram surpreendidos com a tentativa de revogação do atual Acordo Coletivo, que estaria em vigência até 2021. Eles denunciam a retirada de cerca de 70 cláusulas com direitos como 30% do adicional de risco, vale-alimentação, licença maternidade de 180 dias, auxílio-creche, indenização de morte, pagamento de adicional noturno e horas extras, entre outros.
Outro ataque movido pela direção da empresa é a imposição do aumento da participação financeira dos trabalhadores no plano de saúde.
A expectativa dos sindicatos de trabalhadores dos Correios é de que a greve ganhe força nos próximos dias, a partir da adesão das áreas operacionais e administrativas.
A categoria reivindica a preservação dos direitos já conquistados e ratificados por decisão do TST no julgamento de dissídio coletivo ocorrido em 2019.