Os funcionários do Banco do Brasil preparam uma resposta à altura da perversidade imposta pelo plano que prevê o desmonte do BB como forma de abrir espaço para os negócios do setor privado e preparar a sua privatização. Para ampliar a pressão sobre o governo e a direção do banco pela reversão da medida, a Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB), reunida na terça-feira (19/1), decidiu ampliar as mobilizações nacionalmente, com a realização de diversas manifestações, panfletagens, mobilizações nas agências e prédios, e campanha via redes sociais, nesta quinta-feira (21/1), Dia Nacional de Luta.
Como no último Dia de Luto, na sexta-feira passada (15/1), todos vão usar uma peça de roupa preta, e enviar a foto para a entidade sindical de base. Vão também postar mensagens de protesto contra o desmonte e denúncias à sociedade sobre a diretoria do banco e o governo, pelas #MeuBBvalemais, #BBLutoeLuta e #BBSemCaixasNão.
As mobilizações prosseguirão até o próximo dia 28, denunciando à sociedade os prejuízos sociais e econômicos do plano. Anunciado dia 11 último o desmonte previsto para ser imposto em plena pandemia, engloba o fechamento de quase 400 agências a transformação de 300 outras em pequenos postos de atendimento e, ainda, o corte de 5 mil postos de trabalho, além de uma gigantesca redução salarial imposta aos que ficarem.
Estado de greve
“O plano é de uma perversidade sem tamanho, tanto para toda a sociedade, que, ainda mais agora, precisa ser atendida pelo BB, precisa do banco para minimizar os efeitos da pandemia e financiar a retomada do crescimento econômico, quanto para os funcionários que, ou perderão o emprego, ou, no caso dos que ficarem, terão reduzida drasticamente a sua remuneração. A única saída possível é o acirramento da luta nacional. E é isso o que vamos fazer”, afirmou Rita Mota, diretora do Sindicato e membro da CEBB.
A CEBB orienta os sindicatos a convocar para este período de mobilização, assembleias para a decretação do estado de greve, que é uma preparação para a greve. Outra indicação é que aprovem uma paralisação nacional de 24 horas no dia 29. Para a mesma data está programada uma campanha virtual, de denúncia do governo e da direção do banco, organizada nas mídias sociais e o uso de roupas pretas pelos funcionários, num novo Dia de Luto.
Como a direção do BB se nega a responder às cobranças da Contraf-CUT, CEBB e sindicatos sobre diversos detalhes do plano, deverá ser acionado o Ministério Público do Trabalho (MPT) para exigir que estas informações sejam dadas. A falta de transparência foi total e proposital. A CEBB e a Confraf-CUT estão estudando também medidas judiciais, tanto para contestar o plano como um todo, quanto para garantir os direitos dos funcionários que estão sendo flagrantemente desrespeitados.
Entre estes direitos, estão a garantia à estabilidade financeira para quem recebe gratificação ou comissão por longo período (nos termos da súmula 372/TST); manutenção do salário para quem teve o cargo renomeado, porém continua com idênticas atividades, havendo ilegalidade no rebaixamento salarial; e o não desconto em conta corrente de valores relativos a bolsa de estudos.