Em 2020, o risco de os brasileiros morrerem de covid foi três vezes maior que no resto do mundo.
Publicada nesta quarta-feira (3/2) pelo site de notícias UOL, a conclusão é de estudo do economista Marcos Hecksher, pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Segundo seus cálculos, 169 países de um total de 178 (ou seja, 95%) tiveram uma taxa menor que a do Brasil em mortes por covid-19, quando comparam-se não só os números absolutos, mas o tamanho da população e os óbitos em cada faixa etária. Isso quer dizer que, caso em todos esses países os habitantes tivessem morrido na mesma proporção em que morreram no Brasil, só nove deles estariam em uma situação pior que a brasileira.
Com mais de 225 mil mortes de covid até o momento, há meses o Brasil ocupa o segundo lugar do mundo em número absoluto de óbitos decorrentes da doença, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, que hoje contabilizam mais de 443 mil óbitos.
Embora não figure como uma das conclusões do estudo, pode-se inferir que o negacionismo e o desprezo do governo Bolsonaro pelas medidas de distanciamento social vêm contribuindo de forma decisiva para tornar o Brasil um dos países mais mortíferos na contaminação e mortes provocadas pelo novo coronavírus.
Além do aberto negacionismo, o governo Bolsonaro não priorizou a vacinação contra a covid, o que levou o país a ficar nos últimos lugares em imunização.