Neste dia 28, Dia do Servidor Público, a categoria participa de diversos protestos nos principais estados do país e em Brasília, contra a votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 32 da reforma administrativa, as privatizações e o desmonte dos serviços públicos. O ato da capital federal começou na manhã desta quinta-feira, na Esplanada dos Ministérios, passando pela Praça dos Três Poderes, seguindo de volta à Esplanada, até o Ministério da Economia.
No Rio de Janeiro, a manifestação será à tarde. A concentração está marcada para as 16 horas, na Igreja da Candelária. A atividade é organizada pelo Fórum de Saúde do Rio. Os protestos fazem parte do Dia Nacional do Funcionalismo Público promovido pelas entidades nacionais dos servidores com o apoio das centrais sindicais.
Desmonte
A PEC 32 desmonta a prestação de serviços públicos à população. O funcionalismo continua mobilizado para impedir a votação do texto no Congresso Nacional. Com o mote ‘Em defesa da vida, saúde não é mercadoria’, as manifestações exigem também o impeachment de Bolsonaro, responsabilizado pela maior tragédia sanitária do Brasil, a pandemia de covid que já matou mais de 600 mil pessoas.
Segundo o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado Federal aprovado na última terça-feira (26/10), Bolsonaro foi denunciado pelo cometimento de nove crimes, como epidemia com resultado de morte, charlatanismo, infração de medida sanitária, emprego irregular de verbas públicas, incitação ao crime, prevaricação, falsificação de documento particular, crime contra a humanidade e incompatibilidade com a dignidade, a honra e o decoro do cargo de presidente da república.
O protesto de Brasília
Desde cedo os servidores agitaram o centro do poder em Brasília. “Até aqui, a pressão que vimos fazendo impediu que a PEC 32 fosse votada pelo plenário da Câmara.
Estamos nas ruas hoje para dizer que este Congresso precisa ser renovado e avisar aos parlamentares que quem votar na reforma administrativa não volta. Até agora, graças a uma crescente e constante pressão das mobilizações o governo não conseguiu os 308 votos (3/5 do total de deputados, 518) exigidos para a aprovação da emenda constitucional da reforma”, afirmou Laurizete Gusmão, da Federação Nacional (Fenasps), durante a caminhada de Brasília.
A dirigente lembrou que nesta quinta-feira, Dia do Servidor, a categoria comemora colocando-se em luta. “Estamos aqui em Brasília, em frente ao Congresso Nacional também para exigir o fim deste governo genocida”, afirmou. Com inúmeras faixas e cartazes exigindo a rejeição da reforma (a maior tinha a inscrição “Reforma, não. Pela Rejeição da PEC 32 que acaba com o serviço público), os servidores faziam coro: “Não vai ter PEC, vai ter luta!”. Lado a lado, os servidores escreveram com os corpos, Fora Bolsonaro.
“Esta é a oitava semana de vigília e mobilizações, desde o golpe da aprovação do substitutivo da PEC 32 na Comissão Especial da Câmara dos Deputados, elaborado por Arthur Maia (DEM-BA), comandado pelo presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL). Desde então, o governo não conseguiu os votos necessários. Estamos aqui para dizer: Fora Bolsonaro, e repetir para os deputados e senadores que não vai ter trégua”, afirmou. O que mostra a urgência de os servidores aumentarem ainda mais as pressões pela rejeição do texto.
Também diretor da Fenasps, Moacir Lopes destacou que “a luta é contra a PEC 32, mas também contra a redução salarial, as privatizações e terceirizações nos vários segmentos do serviço público, entre eles o INSS e a saúde e contra esse governo da morte que deixou mais de 40 milhões de pessoas passando fome”, disse Moacir, em ato em frente ao Congresso. “Vamos até o final derrotar esta PEC”, afirmou.
Do Congresso os servidores seguiram até o Ministério da Economia, fazendo muito barulho. Com uma bateria, com bumbos e outros instrumentos, gritavam do carro de som: “Ninguém aguenta mais: Fora Bolsonaro é o recado dos federais!
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