O investimento em Educação e Ciência nunca foi prioridade do governo Bolsonaro.
Um governo que, além de odiar os serviços públicos e seus trabalhadores, odeia o saber e a produção de conhecimento, como aliás ficou demonstrado nos constantes ataques movidos pelo atual governo contra a vacinação e as medidas preventivas em relação à covid.
É assim que deve ser interpretado o recente corte de 14,5% das verbas de custeio e investimento das universidades e institutos federais, anunciado pelo Ministério da Educação (MEC) na última sexta-feira (27/5).
Traduzido em reais, o corte de 14,5% representa a cifra de R$ 3,2 bilhões.
Vetos de Bolsonaro ao orçamento: sem transporte e ensino integral
As verbas de custeio são destinadas ao pagamento de salários e despesas básicas, como água, luz, telefone, serviços de limpeza, infraestrutura, pagamento de bolsas e auxílios estudantis, entre outras. E as verbas do orçamento discricionário destinam-se a investimentos executados por cada universidade.
Os cortes de verbas também vão afetar o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Além do Ministério da Educação, o governo Bolsonaro planeja cortes de R$ 10,6 bilhões nos demais ministérios. Segundo o portal de notícias G1, há indicação de que o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações sofrerá um corte da ordem de R$ 2,9 bilhões.
Cortes na saúde: pec dos precatórios
Dirigente do Sindicato Nacional dos Servidores do IBGE e coordenador da Auditoria Cidadã da Dívida (ACD) do Rio de Janeiro, o economista Paulo Lindesay lançou recentemente um estudo sobre a evolução dos investimentos públicos em educação no Brasil nos últimos 20 anos.
Elaborado com base em dados oficiais do próprio governo, o estudo mostra como os investimentos nesta área estão distantes da reivindicação histórica de aplicação pelos governos federal, estaduais e municipais de, no mínimo, 10% do PIB em educação.
O estudo demonstra ainda que, ao longo dos últimos 21 anos, cerca de R$ 262 bilhões deixaram de ser investidos no setor, somente pela União.
Cortes na Educação: estudo de Paulo Lindesay