Na manhã desta sexta-feira (17/3), audiência de conciliação realizada no Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (TRT-RJ) decidiu que a greve da enfermagem pelo piso, no setor público, deverá manter um efetivo mínimo de 30% da força de trabalho em atuação. Quanto ao setor privado, incluindo os profissionais vinculados às O.S. (organizações sociais), a greve deverá manter um percentual mínimo de 60% da força de trabalho.
Na segunda-feira (20/3), a partir das 8h, os profissionais da enfermagem fazem sua próxima manifestação, que será em frente à Prefeitura do Rio, na Cidade Nova. Na quarta-feira (22/3), a partir das 10h, será a vez de novo ato em frente ao TRT-RJ, para acompanhar a próxima audiência de conciliação naquele tribunal.
A audiência desta sexta-feira (17) foi a terceira ocorrida no TRT-RJ desde o início da greve, dia 10/3, e teve como objetivo buscar uma solução de consenso entre os profissionais de enfermagem, de um lado, e hospitais e casas de saúde do Rio de Janeiro, de outro, incluindo as ‘Organizações Sociais’ (O.S.) Viva Rio e a RioSaúde (empresa pública de saúde do município do Rio.
Durante toda a sessão no TRT-RJ, os profissionais fizeram um ato em frente à sede do tribunal, na Av. Pres. Antônio Carlos (Centro). Com apoio de um carro de som e portando faixas exigindo o piso salarial, os profissionais criticaram as tentativas dos patrões do setor privado da saúde e do município do Rio de inviabilizar a greve por meio da judicialização.
“Eu queria dizer que nunca vi tanta mentira, empatia e arrogância por parte dos patrões e do município do Rio numa negociação. A prefeitura, inclusive, tentou culpar a greve da enfermagem pela má-gestão da saúde, mas, se a greve está mantida, a responsabilidade é exclusiva dos patrões e do município, que não fortalecem o SUS. As entidades representativas da enfermagem já apresentaram três propostas para um acordo, mas os patrões não acolheram. Por isso é que precisamos continuar mobilizados. Vamos obrigá-los a respeitar a enfermagem”, afirmou Cristiane Gerardo, dirigente do Sindsprev/RJ.
“A nossa luta é todo dia,
A enfermagem não é mercadoria”
(palavra de ordem gritada durante a manifestação).
Após a audiência no TRT-RJ, os profissionais da enfermagem seguiram em passeata até as escadarias da Câmara Municipal, na Cinelândia, onde, ainda na tarde desta sexta (17), um documento ao vereador Paulo Pinheiro (PSOL), solicitando a criação de uma frente parlamentar em defesa do piso salarial da categoria.
A greve da enfermagem recebeu o apoio do Sindicato dos Farmacêuticos do RJ e da Associação dos Servidores da Vigilância Sanitária do Estado (Asservisa).