Enquanto o desmatamento no Brasil aumentou 14% em 2020 — ano em que o país perdeu 24 árvores por segundo —, o efetivo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) continua encolhendo cada vez mais. Se há dez anos o Ibama tinha mais de 4 mil servidores, a projeção é de que, em 2022, o órgão tenha a metade deste efetivo, caso o governo federal não promova novo concurso público para o preenchimento de vagas.
Atualmente, o Ibama conta com apenas 26,6% do número de analistas necessários para ações de fiscalização, segundo a própria autarquia.
Matéria publicada nesta quarta-feira (14/7) pelo portal de notícias do jornal O Globo informa que, no início de maio, a Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas (CGGP) do Ibama defendeu, em nota técnica, a realização de um concurso público para a contratação de 2.348 servidores, dos quais 1.264 atuariam como analistas ambientais da Diretoria de Proteção Ambiental. Hoje, apenas 458 servidores cumprem essa função.
A destruição e o desmonte do Ibama foram ainda mais agravados desde o início do governo Bolsonaro, cujo ex-ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, mostrou-se abertamente hostil a todas as medidas de prevenção à devastação ambiental no país.
Ministro inclusive denunciado pela Polícia Federal, junto ao STF, por favorecimento ilegal a madeireiros.
Em 2020, a Amazônia foi o bioma mais desmatado no Brasil. A região teve 843 mil hectares de vegetação nativa derrubados. No entanto, o bioma que teve o maior crescimento relativo na devastação foi a Mata Atlântica, onde o corte raso de árvores foi feito em uma área 125% maior que em 2019.