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domingo, abril 28, 2024
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Deputado: negociata Novaes-BTG teve participação de Paulo Guedes

“O presidente do Banco do Brasil (Rubem Novaes, que pediu demissão, em 24 de julho) não fez esta negociata com o BTG-Pactual sem o conhecimento, sem a orientação, sem a cumplicidade do ministro da economia.

As tratativas ficaram ocultas do público em geral, mas o ministro da economia era um dos interlocutores, se não o grande orientador deste negócio que virou escândalo”. A avaliação foi feita pelo deputado Paulo Ramos (PDT-RJ), numa referência à venda da carteira de crédito do BB, de R$ 2,9 bilhões, ao BTG-Pactual – anunciada em 1º de julho – por R$ 371 milhões, cerca de 10% do valor, portanto.

A afirmação foi feita durante debate nas redes sociais, com a diretora do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e integrante da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, Rita Mota, no último dia 3.

Ramos lembrou que depois que o Ministério Público do Tribunal de Contas da União sinalizou que passaria a investigar a transação, Rubem Novaes, decidiu se exonerar. “Quando as coisas começaram a virar escândalo o senhor Novaes pediu demissão”, disse.
Acrescentou que o BTG-Pactual foi escolhido a dedo por Paulo Guedes para ficar com a carteira de crédito bilionária do BB.

“O ministro da Economia não é só um dos fundadores do BTG-Pactual, ele permaneceu muitos anos no BTG, a ponto de na equipe econômica dele serem do BTG, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, o presidente do conselho de Administração do BNDES, Marcelo Serfaty (ex-membro do Conselho de Administração do Banco do Brasil), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto e muitos outros”, frisou.

Rita Mota disse que a operação de venda da carteira de crédito do BB ao BTG-Pactual causou estranheza pela forma como foi feita. “Não se sabe se haveria motivo para realizar o negócio. O banco tem estrutura para efetuar a cobrança, já faz isto há muito tempo, inclusive, compra carteiras. Também nos surpreendeu o fato de que a operação só foi divulgada depois de concretizada, sem licitação e a valores muito baixos: a carteira foi vendida por pouco mais de 10% do seu valor”, lembrou. E apontou outro elemento suspeito: “Ter sido a venda para o BTG-Pactual, que tem no seu DNA, como fundador, o atual ministro da Economia, Paulo Guedes. E a relação entre o ministro e o presidente do banco é uma relação antiga, o que também leva à suspeição de algum tipo de favorecimento”, afirmou.

Paulo Ramos lembrou que Guedes está sendo investigado em dois inquéritos realizados pela Força Tarefa Greenfield, composta por procuradores da República e pela Polícia Federal, por gestão fraudulenta ou temerária que provocaram prejuízos bilionários contra fundos de previdência de empregados de empesas estatais. A empresa BR Educacional Gestora de Recursos S/A, de Paulo Guedes é suspeita de comandar uma série de atos ilegais entre os anos de 2009 e 2013 ao investir recursos destes fundos de previdência.

Os dois inquéritos contra Guedes foram instaurados em 2018, pois o nome do então empresário aparecia muitas vezes, à frente de diferentes negócios envolvendo bancos, empresas gestoras de recursos e fundos de investimentos em supostas fraudes. Ao se tornar ministro, as investigações passaram a correr em sigilo.
Para Ramos, o fato de estar sendo investigado por suspeita de crimes, já era fato suficiente para impedir Paulo Guedes de se tornar ministro. “E não foi o que aconteceu. Muito pelo contrário, ele levou para dentro do Ministério da Economia, o esquema formado por sócios, ou ex-sócios do BTG-Pactual que ajudou a fundar e continua a tocar seus negócios dentro e fora do governo, o que levará o PDT a pedir o seu afastamento do cargo ao Supremo Tribunal Federal (STF). Um destes negócios foi a venda da carteira de crédito do Banco do Brasil ao BTG-Pactual”, afirmou.

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