Em uma medida perversa e desumana, o Ministério da Saúde suspendeu o pagamento de aposentadorias e pensões dos servidores que ainda não fizeram a chamada “prova de vida”. No Rio de Janeiro, a suspensão atinge 1.500 idosos que, segundo o Ministério, só voltarão a receber seus proventos no início de março, caso realizem a prova de vida até o dia 15 deste mês.

Dirigente do Sindsprev/RJ, a servidora Cristiane Gerardo classificou de inaceitável e contraditória a suspensão dos proventos de aposentados e pensionistas. “Como esses idosos vão sobreviver até o início de março? Como vão comprar comida e remédios? Como vão morar e suprir suas necessidades mais básicas? O pior disso tudo é que, no INSS, os aposentados e pensionistas já foram dispensados de fazer a provada de vida. Como pode, num mesmo governo, o INSS dispensar a prova de vida e o Ministério da Saúde continuar impondo essa exigência absurda?”, questiona ela.

Aposentada e pensionista do Ministério da Saúde, a mãe de Cristiane, Marly Gerardo, também teve seus benefícios suspensos devido à imposição da prova de vida. Marly, que quebrou o fêmur em 2019, depende dos serviços de uma cuidadora e tem despesa básica de R$ 2 mil reais ao mês, entre passagens e salário. “O Ministério da Saúde deveria se envergonhar de estar causando tanto sofrimento a milhares de idosos que, como minha mãe, não têm como sobreviver se não receberem seus proventos. Lembro que a maioria dos servidores da ativa, aposentados e pensionistas estão com seus vencimentos muito defasados e sem reajuste há vários anos, o que só comprova a crueldade do atual governo, que é um governo da morte, da doença e da tristeza”, frisou Cristiane.

O Departamento Jurídico do Sindsprev/RJ vai estudar as medidas cabíveis para resguardar os direitos dos aposentados e pensionistas que tiveram seus proventos suspensos pela absurda exigência da prova de vida.