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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Com péssimos serviços e cada vez menos linhas, transporte público no Rio está à beira do colapso

Passageiros empilhados em veículos precários, sem acesso a integrações e reféns de linhas cada vez mais reduzidas ou simplesmente extintas. Tudo sem que as empresas de ônibus deem a menor satisfação. Esta é a (cada vez mais triste) realidade dos transportes urbanos rodoviários do Rio, onde empresas fecham as portas, algumas delas investigadas por graves desequilíbrios e fraudes em contratos.

Segundo matéria recém-publicada no jornal O Globo online, desde o ano passado a pandemia da covid escancarou e agravou as falhas da mobilidade urbana no Rio. Com a queda natural de demanda, as concessionárias alegam não conseguir mais prestar o serviço contratado, o que segundo elas impossibilitou o cumprimento da determinação de distanciamento social entre os usuários.

Entre os ônibus, já são 173 linhas suspensas e apenas 160 cumprindo a quantidade mínima determinada de veículos nas ruas. O que significa que apenas 40% do total da frota estão efetivamente circulando.

Encampado pela prefeitura, o BRT hoje transporta menos passageiros que as vans — contando apenas as legalizadas. No trem, a concessionária SuperVia entrou com pedido de recuperação judicial, após alegar perdas de R$ 474 milhões durante a pandemia. No caso das Barcas, a CCR quer um acordo para deixar a concessão, após a demanda de passageiros ter caído 73% com a chegada do coronavírus.

Em agosto de 2020, uma decisão absolutamente escandalosa foi a aprovação, pela Câmara dos Deputados, de proposta que destina R$ 4 bilhões dos cofres públicos para que estados e municípios “ajudem” empresas privadas que operam o transporte público no país, como ônibus, trens e metrô. Na decisão, os deputados também excluíram a obrigatoriedade de licitar, em um prazo de 18 meses, todas as operações que ainda não passaram pelo processo na área de transportes públicos. O que diminui a transparência nas contratações dos serviços.

A “ajuda” às empresas — na verdade, uma injeção de dinheiro dos contribuintes cariocas, feita para beneficiar empresas privadas que nunca distribuíram seus lucros à população nas épocas de vacas gordas — poderá ser usada para reequilibrar contratos, financiar bens essenciais à prestação do serviço e a compra “antecipada” de bilhetes de passagens pelos governos. Negócio de pai pra filho.

 

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