“Nos tornamos uma câmara de gás a céu aberto”, diz um manifesto assinado por religiosos, artistas e intelectuais em referência ao papel do presidente de Jair Bolsonaro (sem partido) durante a pandemia de coronavírus.
“Assistimos horrorizados ao extermínio sistemático de nossa população, sobretudo dos pobres, quilombolas e indígenas”, diz o texto que tem como signatários o padre Júlio Lancelotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua; o télogo Leonardo Boff; dom Mauro Morelli, bispo emérito de Duque de Caxias (RJ), além de artistas como Chico Buarque e Zélia Duncan.
Divulgado na noite de sábado (7/3), o manifesto afirma que a população está refém “do genocida Jair Bolsonaro, que ocupa a presidência do Brasil, junto a uma gangue de fanáticos movidos pela irracionalidade fascista”.
O texto foi divulgado no momento em que o país encerra a semana mais letal desde o início da pandemia de coronavírus, quando ultrapassou a triste marca de 260 mil mortes por covid.
A “carta aberta à humanidade” classifica como intencional o colpaso do sistema de saúde no país.
“O descaso com a vacinação e as medidas básicas de prevenção, o estímulo à aglomeração e à quebra do confinamento, aliados à total ausência de uma política sanitária, criam o ambiente ideal para novas mutações do vírus e colocam em risco toda a humanidade”, diz o texto.
Confira na íntegra o texto da carta
“O Brasil grita por socorro.
Brasileiras e brasileiros comprometidos com a vida estão reféns do genocida Jair Bolsonaro, que ocupa a presidência do Brasil, junto a uma gangue de fanáticos movidos pela irracionalidade fascista.
Esse homem sem humanidade nega a ciência, a vida, a proteção ao meio ambiente e a compaixão. O ódio ao outro é sua razão no exercício do poder.
O Brasil hoje sofre com o intencional colapso do sistema de saúde. O descaso com a vacinação e as medidas básicas de prevenção, o estímulo à aglomeração e à quebra do confinamento, aliados à total ausência de uma política sanitária, criam o ambiente ideal para novas mutações do vírus e colocam em risco toda a humanidade. Assistimos horrorizados ao extermínio sistemático de nossa população, sobretudo dos pobres, quilombolas e indígenas.
Nos tornamos uma “câmara de gás” a céu aberto.
O monstruoso governo genocida de Bolsonaro deixou de ser apenas uma ameaça para o Brasil para se tornar uma ameaça global.
Apelamos às instâncias nacionais – STF, OAB, Congresso Nacional, CNBB – e às Nações Unidas. Pedimos urgência ao Tribunal Penal Internacional (TPI) na condenação da política genocida desse governo que ameaça a civilização.
Vida acima de tudo!”
PS – texto produzido com base em postagem do jornal Brasil de Fato.