Durante o protesto que fazem nesta quarta-feira (3/7), em frente ao Hospital de Ipanema, os profissionais do complexo federal de saúde do Rio de Janeiro farão o enterro simbólico do projeto do governo federal e da Prefeitura do Rio de Janeiro, de fatiamento e privatização das unidades da rede. A manifestação está prevista para as 10h30, saindo em passeata. No final, será servida a já famosa Feijoada da Resistência. É hora de aumentar a participação para fortalecer a greve.
Outra reivindicação é a de que o Ministério da Saúde crie uma mesa específica de negociação da pauta da greve dos profissionais da saúde federal, iniciada dia 15 de maio, e que tem como principais itens, além da manutenção do caráter público dos hospitais: reajuste salarial linear este ano, concurso público, fim dos desvios de função (com a migração dos auxiliares para o cargo de técnico em enfermagem); fim do desabastecimento dos hospitais federais; pagamento do adicional de insalubridade em grau máximo; mudança para a carreira da Ciência e Tecnologia; pagamento integral do piso da enfermagem.
O enterro simbólico no Hospital de Ipanema vai mais uma vez denunciar para a população o projeto que prevê o desmembramento dos hospitais da rede federal e a entrega de cada unidade em separado, com orçamento milionário, à Prefeitura do Rio, ao governo do estado, à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e ao Grupo hospitalar Nossa Senhora da Conceição. O projeto foi criado em conjunto pelo governo Lula (PT) e Eduardo Paes (PSD), embora ambos não admitam abertamente.
Se a rede federal do Rio for entregue à gestão do município e, posteriormente, às organizações sociais, problemas como a precarização, o desabastecimento e o caos vão aumentar ainda mais, repetindo o que já ocorre nas unidades municipais de saúde, onde milhares de pacientes foram jogados na mais absoluta desassistência. Toda a rede foi privatizada pelo prefeito Paes e pelo secretário municipal de saúde, Daniel Soranz, passando para as mãos das organizações sociais (O.S.).