No início deste mês, o Tribunal de Contas da União (TCU) oficiou o Ministério da Saúde para cobrar explicações sobre contratos emergenciais assinados durante a gestão do coronel George Divério na Superintendência do Rio de Janeiro. Denunciados em reportagem veiculada em maio pelo Jornal Nacional (JN), os contratos somaram quase R$ 30 milhões e foram celebrados sem licitação para a realização de obras num galpão do Ministério, em Del Castilho, e no prédio da Superintendência, na rua México, Centro. Obras sem qualquer relação com as demandas de atendimento à população ou de combate à covid.
As contratações feitas sem licitação eram para uma empresa de apoio administrativo, além de dois fornecedores de serviços de reparos para a sede, na Rua México, e um galpão em Del Castilho.
Os problemas levantados pelo TCU incluem o apertadíssimo prazo de um dia para a apresentação de propostas, o fato de sócios de uma empresa também fazerem parte de outra considerada inidônea, além do fato de uma das obras ser uma grande reforma, devendo portanto ter sido licitada.
O escândalo provocou a exoneração de George Divério, que foi brevemente sucedido pelo médico Marcelo Lamberti, indicado pelo senador Flávio Bolsonaro (Patriota).
Durante a gestão Pazuello-Divério, a rede federal de saúde foi ainda mais sucateada e destruída. O principal ataque movido pela dupla contra a rede, com aval de Bolsonaro, foi a demissão de quase 4 mil profissionais contratados, o que levou à interdição de mil leitos em plena curva ascendente da pandemia de covid.