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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Rio e outras capitais teve atos na porta do Extra pela morte de jovem negro

Setores dos movimentos negro e sociais, entre eles o MNU (Movimento Negro Unificado), convocaram para o domingo (17) manifestações na porta do supermercado Extra em pelo menos seis capitais. “Não seremos a carne mais barata do  mercado”, afirmava frase que acompanha a convocatória dos protestos. As manifestações decorrem da morte do jovem negro Pedro Gonzaga, de 19 anos, por um segurança do Extra da av. das Américas.

 

Pedro Gonzaga foi morto por Davi Ricardo Moreira Amâncio após ser imobilizado. O segurança alega que o rapaz tentara pegar a sua arma. A família nega e afirma que ele não fez isso. A mãe de Pedro estava no mercado e assistiu a tudo. Ela e outras pessoas imploraram, em vão, ao segurança para que permitisse que o rapaz respirasse.

 

Imagens internas do estabelecimento não corroboram com a versão do segurança de que o jovem tentou pegar a sua arma e tampouco de que teria representado de fato uma ameaça.

 

Apesar disso, Davi Ricardo Moreira Amâncio foi liberado em três horas, após prestar depoimentos. O delegado que cuida do caso teria dito que ele agira com excesso na legítima defesa e que irá indiciá-lo por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar, numa interpretação favorável ao investigado. A Justiça, por sua vez, permitiu que o segurança, que também é negro, responda em liberdade.

 

A convocatória do ato denuncia que o Rio virou um palco “das maiores violências ao povo negro, cometidas diariamente pelo Estado”. Diz ainda que em “uma mesma semana foram mais de 30 mortes de jovens e adolescentes negros e negras justificados como troca de tiros e ‘bala perdida’, culminando com a morte de uma menina de 11 anos, com um tiro no peito, quando chegava da escola”. O texto afirma que há uma guerra étnica na qual o Estado silencia esta conivência alimenta casos como o ocorrido no Extra da Barra.

 

O Sindsprev-RJ, por meio da Secretaria de Gênero, raça e Etnia, se solidariza com os familiares da vítima e apoia as manifestações que denunciam o genocídio da população trabalhadora negra. O movimento, que levou às ruas as faixas “Vidas negras Importam”, também defende o boicote à rede de supermercados. “Não podemos mais aceitar a execução do nosso povo negro,com apenas fazendo atos. Boicote a todos os supermercados Extra: nós negros e negras somos 70% da população, portanto o dinheiro dos negros pode ser respeitados”, defende Osvaldo Mendes, da direção do Sindsprev e integrante da secretaria, ao defender a importância da luta pela reparação do povo negro. O dirigente sindical afirma ainda que o segurança que matou Pedro Gonzaga é um assassino e os demais, que assistiram a tudo e acompanhavam Davi, cúmplices.



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