Desde a última quinta-feira (19/9) está em cartaz Torre das donzelas.
O documentário, da diretora Susanna Lira, traz relatos de boa parte das presas políticas da ditadura militar, confinadas no presídio Tiradentes, em São Paulo. O filme reconstitui a prisão de mulheres durante aqueles anos de chumbo muito mais pelo aspecto humano do que ideológico, resgatando a convivência entre as detentas e revelando episódios que vistos à distância até ganham leveza e algum humor.
Vale muito a pena ser visto, ainda mais em tempos em que o presidente da República homenageia torturador e ditador.
Trata-se de um dos documentários mais premiados no Brasil nos últimos anos.
Um marco no cinema documental brasileiro. Um guia de resistência para os tempos atuais.
Vencedor dos prêmios de Melhor Direção de Documentário e Melhor Documentário pelos júris oficial e popular no Festival do Rio; de Melhor Filme pelo júri popular da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo; e do Prêmio Especial do Júri no Festival de Brasília, o filme é sobre mulheres que, mesmo na cadeia, presas e torturadas, nunca se renderam, mudaram a história do Brasil e redefiniram o papel da mulher na nossa sociedade.
Além da ex-presidente Dilma Roussef, participam do documentário outras mulheres presas no Tiradentes: Ana Bursztyn-Miranda, Maria Aparecida Costa, Rita Sipahi, Rioco Kayano, Rose Nogueira, Elza Lobo, Dulce Maia, Nair Bebedicto, Leslie Beloque, Eva Teresa Skaqzufka, Robêni Baptista da Costa, Guida Amaral, Marlene Soccas, Maria Luiza Belloque, Nair Yumiko Kobashi, Ieda Akselrud Seixas, Lenira Machado, Ana Mércia, Ilda Martins da Silva, Iara Glória Areias Prado, Ana Maria Aratangy, Darci Myaki, Vilma Barban, Telinha Pimenta, Sirlene Bendazzoli, Nadja Leite, Leane Ferreira de Almeida, Maria Aparecida dos Santos, Lúcia Salvia Coelho e Janice Theodor da Silva.
*Texto extraído da crítica feita por Cristina Padiglione no jornal Folha de S. Paulo