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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Com Bolsonaro, aumenta a miséria, mas bancos lucram como nunca

Enquanto a economia brasileira registrava um crescimento insignificante do Produto Interno Bruto (PIB), de 0,4%, no segundo semestre, o sistema financeiro aparecia como um paraíso no meio da estagnação e da recessão que atingem os demais setores em função da política econômica do governo Bolsonaro (PSL-RJ) e de seu ministro-banqueiro, Paulo Guedes. Os cinco maiores bancos lucraram juntos, fantásticos R$ 50,5 bilhões, um aumento médio de 20,7% em 12 meses, em se tratando de sistema financeiro, uma das mais altas rentabilidades do mundo.

Só em tarifas arrecadaram, apenas no primeiro semestre, R$ 69,9 bilhões, uma alta em média de 4,5%, comparado ao mesmo período do ano anterior. Com este montante cobrado dos clientes cobriram com folga todas as despesas com pessoal incluindo nessa conta o pagamento da PLR e os planos de demissão.

Aumentam tarifas e demissões

Mas o aumento das tarifas não se refletiu em melhora da qualidade do atendimento. Pelo contrário, houve redução de vagas crescimento das filas e do tempo de espera por atendimento. Inclusive nos bancos públicos, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil que, sob o governo Bolsonaro, fecharam milhares de postos de trabalho, extinguiram departamentos, piorando o atendimento e reduzindo a sua participação como financiadores do desenvolvimento social e econômico.

A ganância fez com que os bancos investissem pesadamente em novas tecnologias, pouco se preocupando com o desemprego gerado e com o fato de que grande parte dos correntistas, e não correntistas que fazem uso das agências para pagamento de contas, por exemplo, não sabem lidar com as plataformas digitais ou máquinas das agências. Com isto, somado à contínua redução de funcionários, estas milhões de pessoas tiveram dificultado ainda mais o atendimento.

A exploração, obviamente, também atingiu os bancários. A redução do número de vagas provocou o aumento da sobrecarga de trabalho e do adoecimento, além de contribuir para o aumento do desemprego, embora os bancos não apresentem qualquer dificuldade econômica.

                                    Dados do Banco Central mostram juros de mais de 300% ao ano no cartão de crédito e cheque especial.

Juros altíssimos

Outro ingrediente determinante no aumento dos lucros foram os juros, os mais altos do planeta. Segundo o Banco Central a taxa média do cartão de crédito rotativo foi de 300,29% ao ano em julho, contra 300,09% em junho. A do cheque especial foi de 318, 65%, em julho, contra 303,19%. A reforma da Previdência também ajudou no aumento do lucro, fazendo com que, pelo receio de se aposentar com um valor muito baixo, ou ter direito ao benefício só muito velho, muitas pessoas procurassem a previdência privada.

Para cortar ainda mais os custos, sob a alegação de agilizar o atendimento, os bancos ampliaram as plataformas digitais. Para isso, demitiram, abriram agências digitais, agências-café, investiram em aplicativos para smartphones, inteligência artificial, entre outros, que têm espaços e serviços no mesmo ambiente do atendimento bancário trazendo também grandes preocupações quanto à segurança, além da condição de trabalho e saúde dos bancários.

Desemprego e miséria

Os bancos lucraram muito, já os trabalhadores não tiveram o que comemorar, até porque foram os únicos prejudicados pelas medidas do governo. Dados do Cadastro Único do Ministério da Cidadania mostram que a pobreza extrema no país aumentou e já atinge 13,2 milhões de pessoas. E as perspectivas não são boas, já que a política econômica de Bolsonaro-Guedes tende a ampliar este número, ao provocar o aumento da estagnação da atividade econômica e da recessão, com impacto negativo sobre emprego e renda.

O número de desempregados também subiu de janeiro a junho. Era de 12,2 milhões de pessoas em dezembro de 2018 e chegou a 12,8 milhões, conforme o IBGE. A taxa de desemprego foi de 11,6% a 12%. Talvez isto ajude a explicar a queda vertiginosa da popularidade de Bolsonaro.

Aumentou também a quantidade de brasileiros que desistiram de procurar vaga por achar inútil, o chamado desalento. Eram 4,7 milhões no fim de 2018 e 4,9 milhões em junho, um recorde. Nesse período, o salário quase não se mexeu. A média era de 2.254 reais em dezembro e foi a 2.290 reais em junho, segundo o IBGE. Desde 2012 o salário oscila entre 2,2 mil e 2,3 mil.

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