O INSS contratou uma consultoria externa para saber, em detalhes, o que é necessário fazer para atender da melhor forma possível os segurados, tendo em vista a ampla utilização dos canais digitais, como o “Meu INSS”. A informação foi dada pelo presidente do INSS, Glauco Wamburg, em reunião com o Sindsprev/RJ, no Rio de Janeiro. O encontro foi realizado por solicitação da CTB (Central de Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil).

Glauco disse ser necessário um estudo técnico, que já está sendo realizado em vários locais do país, para saber se agências precisam ser abertas, quantos servidores contratados, mesmo levando em consideração que, hoje, segundo disse, apenas 2% dos atendimentos são feitos de forma presencial. Acrescentou que tanto ele quanto o ministro da Previdência, Carlos Lupi, vêm sendo cobrados pelo presidente Lula, para que tomem providências a fim de reduzir a fila de análise de pedidos de benefício. Adiantou que, justamente por isto, foram convocados mais de 1 mil concursados para trabalhar na concessão.

Presencial

Afirmou, ainda, que, após a apresentação deste estudo, a gestão do INSS poderá saber com mais propriedade sobre todas as alterações pretendidas tanto pela categoria quanto pelo Instituto. Ressaltou a importância desse levantamento porque o INSS carece de planejamento concreto.

“Lembramos ao presidente do INSS que 30% da população estão em áreas sem acesso à internet, que outros tantos não tem conhecimento para acessar os canais digitais e que este contingente depende dos serviços prestados nas agências”, frisou Rolando. Classificou a reunião como positiva, destacando a importância de ter sido realizada no Rio de Janeiro, base do Sindsprev/RJ, tendo sido cobrado, ainda, o cumprimento do acordo de greve.

Atendimento digno

“Nós, servidores do Rio de Janeiro demonstramos grande preocupação sobre o resultado a ser apresentado e as possíveis leituras que serão feitas. Afinal de contas, a seguridade social deve manter como principal meta, um atendimento digno ao seu público. Tanto presencial quanto digital”, disse Bruno Melo.

O presidente do INSS informou que pretende obter orçamento para convocar até 2.400 aprovados no decorrer da validade do concurso e antes do término de contrato com a empresa que o realizou para não gerar custos para o INSS.

Participaram do encontro, os dirigentes do Sindicato e da CTB, Rolando Medeiros, Milena Lopes e Maria Celina; além dos integrantes do Comando de Mobilização, Bruno Melo (Gerex-Petrópolis) e Carlos Vinicius Lopes (aposentado).

Agência do Rio

Em relação à manutenção e limpeza das agências do Rio de Janeiro, o presidente do INSS adiantou que a superintendência firmou contrato com uma empresa a fim de solucionar estes problemas. A cobrança foi feita pelo Sindsprev/RJ.

Acordo de greve

Os dirigentes cobraram esclarecimentos em relação ao cumprimento do acordo de greve. Disse que já foram encaminhados para o Ministério da Gestão e Inovação (MGI) as questões relativas à transformação da carreira do INSS em típica de Estado a fim de que seja enviado projeto de lei ao Congresso Nacional. Em relação à incorporação da GDASS ao vencimento básico disse que o ministro Lupi avaliou ser mais viável fazê-la em 36 meses, ao invés dos 24 meses, previstos no acordo.

Os servidores solicitaram celeridade nesse processo.

Glauco acrescentou que está sendo encaminhada também a questão do pagamento do Adicional de Qualificação para os técnicos que já concluíram o curso superior.

Foi ainda discutida a questão dos aposentados que ficaram de fora da proposta de reestruturação da carreira. Segundo o presidente do INSS, não haveria possibilidade dessa reestruturação abranger os aposentados. Sendo assim, embora sensível à questão, não foi possível fazer essa proposta incluindo os aposentados, até o momento.

Rolando protestou e lembrou ao presidente do INSS que a paridade e a integralidade são conquistas dos servidores. “Não abrimos mão da integralidade e paridade. Esta é uma posição histórica do Sindsprev/RJ, da Fenasps e das demais entidades que representam nossa categoria, da qual não abrimos mão. Vamos lutar e exigir o respeito a estes direitos”, afirmou o dirigente.