Falta de insumos — como soro e contraste para realização de exames de alta complexidade —, falta de medicamentos e precariedade geral de instalações. É assim que a rede de saúde pública de Niterói vem se arrastando para atender a população do município, onde a Prefeitura finge que nada de anormal está acontecendo.
No Hospital Municipal Carlos Tortelly (CPN), por exemplo, a falta de insumos é tanta que, recentemente, a unidade teve de pedir emprestados 200 frascos de soro ao Hospital Gilson Cantarino. No CPN há também outro problema ainda não solucionado: a obra do teto do centro cirúrgico, até hoje não realizada.
No Hospital Orêncio de Freitas, a encosta dos fundos da unidade está caindo e já foi objeto de denúncias feitas pelo próprio Sindsprev/RJ, mas até o momento nenhuma providência foi tomada.
“Queremos que os pacientes recebam atendimento digno, em unidades onde não faltem medicamentos e insumos, onde não haja uma sala vermelha superlotada de pacientes e sem espaço adequado. O Ministério Público do Rio deveria fazer uma vistoria para constatar os problemas e entender a gravidade do que está acontecendo em toda a rede de saúde pública de Niterói, incluindo as policlínicas”, afirma Sebastião José de Souza, dirigente do Sindsprev/RJ.
Outro problema da rede pública de saúde em Niterói é a insistência da Prefeitura em precarizar as relações de trabalho, mantendo as contratações pelo sistema de RPAs, ou seja, sem os mesmos direitos que os demais servidores da rede.
Foi isto o que aconteceu em junho último, quando expirou o contrato dos servidores contratados emergencialmente para o atendimento da população durante o auge da pandemia da Covid-19.
Como se fosse a coisa mais natural do mundo, a Prefeitura transformou esses contratados em RPAs, com salários menores.
Enquanto isso, a realização de concurso público em número suficiente para suprir as necessidades da rede ainda é um sonho que, se depender da Prefeitura, jamais será realizado.