Em meio ao avanço da variante Delta, que já responde por dois terços dos casos de covid-19 no estado, a rede pública de saúde do Rio começa a sentir os efeitos da aceleração no contágio. No último domingo (15/8), segundo o painel epidemiológico do governo estadual, quatro cidades fluminenses — Belford Roxo, Bom Jesus de Itabapoana, Miracema e Cantagalo — já não tinham mais disponível nenhum leito de emergência para coronavírus.
Nesta segunda-feira (16/8), o número de cidades nesta situação chegou a seis, com a entrada de Itaguaí e Nova Friburgo na lista.
Há, ainda, outras três cidades no estado com ocupação acima de 90% nas vagas de emergência para pacientes com coronavírus: Duque de Caxias (91%); Teresópolis (94%); e a capital, com 95% dos leitos em uso. Os dados do painel epidemiológico consideram a soma das vagas de toda a rede pública em cada localidade, sejam de caráter federal, estadual ou municipal.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), nesta segunda-feira (16/8) foram confirmados 2.418 novos pacientes com covid-19.
Em razão desse aumento no número de casos. a Secretaria Estadual de Saúde (SES) abriu 20 novos leitos para pacientes com covid-19 no Hospital estadual Doutor Ricardo Cruz (HERCruz), unidade exclusiva para atendimento de coronavírus em Nova Iguaçu. A pasta afirma ainda que pretende abrir mais 150 leitos na rede privada.
Segundo a SES, a abertura é baseada no Plano de Contingência da covid-19, que prevê a ativação de níveis de contingência a partir do cenário epidemiológico no estado.
Na cidade do Rio, foram reabertos 60 leitos da rede municipal para suprir a demanda. Segundo o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, novos leitos da rede federal também foram abertos devido ao aumento nos casos.
A chegada da variante Delta ao Brasil sinaliza a necessidade de toda a população continuar observando rigidamente as medidas de prevenção em relação à covid, como evitar aglomerações, fazer uso constante de máscara e promover a higienização com álcool em gel.
A Delta é muito mais transmissível que as variantes anteriores do coronavírus, sendo atualmente móvito de preocupação no mundo inteiro.
A variante Delta foi identificada em 54,4% das amostras coletadas e analisadas pelo Laboratório Nacional de Computação Científica, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), e do Laboratório de Virologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LVM/UFRJ).