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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Novo ministro da saúde, Marcelo Queiroga deve continuar política suicida defendida por Bolsonaro

“Algo deve mudar para que tudo continue como está”. Pronunciada pelo pensador italiano Giuseppe di Lampedusa, esta frase é a que mais serve para definir a recente troca de “comando” no Ministério da Saúde, onde o general Eduardo Pazuello foi substituído pelo médico cardiologista Marcelo Queiroga.

Em declaração compartilhada na noite desta segunda-feira (15/7) no seu canal do Telegram, Bolsonaro afirmou que a missão do novo ministro será “manter tudo como está”. Ou seja: manter a vacinação a passo de tartaruga em todo o país; continuar combatendo as medidas de distanciamento; continuar debochando dos mais de 279 mil brasileiros que já perderam a vida por causa da covid; continuar atacando governadores, prefeitos e especialistas em saúde que alertam para a gravidade da doença. É isto o que Bolsonaro deseja. O mesmo Bolsonaro que, em postagem no Telegram, afirmou que Pazuello “fez um bom trabalho”. Será?

Em seus dez meses à frente do Ministério da Saúde, Pazuello cumpriu todas as absurdas “orientações” de Bolsonaro, começando pela recomendação do chamado ‘tratamento preventivo’ contra a covid. Primeiro, com o uso de cloroquina. Depois, com o uso de medicamentos como o antibiótico Azitromicina e o vermífugo Ivermectina. Tratamentos (todos eles) sem nenhuma eficácia comprovada cientificamente.

Enquanto centenas de países se antecipavam para a compra de vacinas para imunizar suas populações, o Brasil permanecia dormindo. E foi este comportamento absolutamente irresponsável do governo Bolsonaro levou o Brasil a estar, hoje, nos últimos lugares em ritmo de vacinação contra a covid. É bom lembrar que, no ritmo atual de imunização, toda a população brasileira só estará efetivamente vacinada no final de 2022. Tempo suficiente para que o coronavírus desenvolva novas e ainda mais agressivas mutações, provocando mortes que poderiam (sim) ser evitadas.

Lamentavelmente, a gestão Bolsonaro-Pazuello transformou o Ministério da Saúde no ‘Ministério da Doença’. Além de negligenciar suas funções de coordenação nacional de combate à pandemia, o ministério aprofundou o desmonte das unidades da rede federal de saúde, ao demitir 3.650 profissionais contratados que faziam o atendimento de pacientes de covid e de outras patologias.

Especialistas e pesquisadores em saúde de todo o país alertam que, se a atual política do governo não for completamente modificada, o Brasil poderá chegar em breve à inacreditável marca de 500 mil mortes de covid, consolidando uma triste posição de centro mundial da pandemia. Exemplo de tudo o que não se deve fazer para combater a disseminação do coronavírus.

 

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