Profissionais de enfermagem de todo o país estão fazendo, nesta sexta-feira (10/3), uma histórica paralisação para exigir o pagamento do piso salarial da categoria, até hoje não implementado efetivamente, embora tenha sido aprovado ano passado pelo plenário do Congresso Nacional. Desde o início da paralisação, atos públicos da enfermagem estão acontecendo em algumas capitais brasileiras.
No Rio de Janeiro, a manifestação foi realizada pela manhã, concentrando-se em frente ao Hospital Municipal Souza Aguiar (Centro), de onde os profissionais da enfermagem saíram em passeata pela Av. Pres. Vargas, em direção à Cinelândia, reforçando seu veemente protesto contra os sucessivos adiamentos na implementação de seu piso salarial nacional.
“A enfermagem voltou para tomar as ruas. A enfermagem chegou para exigir o pagamento do nosso piso. Aqui estão os que sabem da necessidade de um salário digno para a nossa profissão. Se nos unirmos, vamos conquistar o piso da enfermagem”, afirmou, do alto do carro de som da passeata, a servidora Cristiane Gerardo, dirigente do Sindsprev/RJ.
Presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Paulo Sergio Farias reforçou o apelo: “Precisamos continuar nas ruas.
Não vamos sair daqui enquanto o piso salarial da enfermagem não for efetivamente pago”, afirmou.
“Eu não vou me calar,
Quem cala consente.
Eu sou consciente”
(palavras de ordem gritadas durante a passeata)
Cantando músicas carnavalescas, como ‘Ei, você aí, me dá o meu piso aí’, os profissionais da enfermagem também manifestaram seu descontentamento em faixas, como a que foi aberta na Pres. Vargas, com os dizeres: “sem piso, sem enfermagem”.
Para simbolizar que não pretendem mais ser feitos de “bobo” pelos poderes constituídos, incluindo o Congresso Nacional, o atual governo e até mesmo o Supremo Tribunal Federal (STF), muitos profissionais usavam nariz de palhaço e apitos.
Ao final da tarde desta sexta (10/3), uma assembleia geral da categoria vai decidir e indicar os próximos passos da mobilização pelo piso salarial nacional.
Além do Sindsprev/RJ, algumas das entidades e representações da enfermagem que estão organizando a paralisação são a CNTS (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde); a CNTSS (Confederação Nacional dos Trabalhadores da Seguridade Social); a Confetam (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal); a FNE (Federação Nacional dos Enfermeiros); Aben (Associação Brasileira de Enfermagem); Cofen; Anaten (Associação Nacional dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem) e Eneenf (Executiva Nacional dos Estudantes de Enfermagem).