Os trabalhadores de empresas terceirizadas nos hospitais federais já fatiados estão vivendo uma verdadeira via crucis para receberem seus direitos. No Hospital de Federal Bonsucesso (HFB), atualmente administrado pelo Grupo Conceição, a empresa Gaia ainda não pagou um centavo sequer de rescisão aos trabalhadores que compõem 200 famílias, apesar de o aviso-prévio ter findado em 24 de janeiro. Em três outros contratos da Gaia, trabalhadores também amargam salários atrasados. São funcionários lotados em setores de apoio, como recepcionistas, maqueiros, ascensoristas e pessoal que trabalha na creche.
Após denúncias feitas pelo Sindsprev/RJ, a União começará a adotar as medidas judiciais cabíveis para salvaguardar os direitos dos(as) trabalhadores(as) contratados que foram demitidos da empresa Gaia no HFB. No entanto, cumpre destacar que a União, como contratante, tem a obrigatoriedade de fiscalizar e zelar pelo cumprimento das obrigações trabalhistas da empresa contratada, entre as quais está a de realizar o depósito mensal, em conta vinculada, das verbas rescisórias dos trabalhadores.
No Hospital Federal do Andaraí (HFA), trabalhadores da limpeza estão com salários atrasados e por muito pouco todo o mapa cirúrgico não foi suspenso por falta da equipe de higienização.
“Os trabalhadores das empresas terceirizadas que prestam serviços de apoio nos hospitais federais compõem a base da pirâmide social no Brasil, uma base na qual estão os segmentos mais explorados e que recebem os piores salários. São esses trabalhadores que mais sofrem as duras consequências da precarização do trabalho e que historicamente compõem a maioria do eleitorado do presidente Lula. Portanto, isto jamais deveria estar acontecendo no atual governo”, analisou Cristiane Gerardo, dirigente do Sindsprev/RJ.