O aumento no valor das passagens dos transportes urbanos será alvo de ato público nesta quarta-feira (10), em São Paulo (SP). Será o primeiro ato do ano com esta pauta, estopim das megamanifestações que varreram o país em junho de 2013.
A convocação do ato, que tem à frente o Movimento Passe Livre (MPL) e outras entidades dos movimentos sindicais e sociais, assinala que o aumento da passagem de ônibus autorizado pelo governo do Estado está acima da inflação do período compreendido entre o atual reajuste e o anterior, janeiro de 2018. Os aumentos foram decretados pelo governador João Dória e, no âmbito da capital paulista, pelo prefeito Bruno Covas, ambos do PSDB.
As passagens de ônibus, trens e metrô passaram de R$ 4 para R$ 4,30, um aumento de 7,5%. “Nenhum aumento de tarifa é justo! E com o reajuste do salário mínimo (abaixo da inflação) e a reforma trabalhista a tarifa vai pesar ainda mais no bolso do trabalhador”, observaram os organizadores do ato no evento de divulgação no Facebook.
Os manifestantes afirmam ainda que a inflação vem sendo usada como argumento para aumentos há décadas, mas na prática os preços sobem muito mais do que a correção inflacionária. “De acordo com a inflação acumulada, a tarifa do ônibus, que era de R$ 0,50 em junho de 1994, deveria ser de R$ 2,00 hoje. A passagem de metrô era de R$ 0,60 em 1994 e, segundo o critério da inflação, custaria um pouco mais que R$ 2,80”, diz trecho de panfleto informativo distribuído pelo Sindicato dos Metroviários de São Paulo.
A manifestação está prevista para começar às 17h, em frente ao Teatro Municipal de São Paulo. Foi a luta contra o aumento das passagens que desencadeou, em 2013, as manifestações que levaram milhões de pessoas às ruas do país.