O Sindsprev/RJ manifesta sua solidariedade a Lúcia Pádua (dirigente da Fenasps e servidora da Vigilância em Saúde) e Carlos Vasconcelos (médico de saúde da família), presos arbitrariamente na tarde de sábado (23/5), pela PM do Rio de Janeiro, quando participavam de manifestação de profissionais de saúde, na zona norte, que pedia a extensão da ajuda pública a pessoas de baixa renda e trabalhadores informais. A manifestação também reivindicava condições de trabalho a todos os profissionais de saúde, começando pelo fornecimento regular de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), além do fornecimento de leitos para todos os pacientes de covid-19.
Conduzidos à 26ª Delegacia Policial (Todos os Santos), Lúcia e Carlos foram autuados e liberados sob fiança. Tão logo tomou conhecimento das arbitrárias prisões, a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Rio dirigiu-se à 26ª DP para prestar assistência a Lúcia e Carlos Vasconcelos.
“Nosso ato foi organizado com apoio do movimento ‘Nenhum Serviço de Saúde a Menos’. Foi um protesto contra a barbárie promovida pelo descaso do poder público durante a pandemia do coronavírus, um protesto contra as mortes de profissionais e pacientes.
A prisão foi totalmente arbitrária e inconcebível porque, afinal de contas, o grupo que fazia o protesto usava máscaras e respeitou todas as normas de distanciamento social. É inaceitável a forma como o governo Witzel trata os trabalhadores que estão enfrentando, na linha de frente, a epidemia”, disse Lúcia.
Covid já matou 256 profissionais de saúde no país
Levantamento do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) aponta que, até o momento, 143 profissionais já morreram após serem contaminados pela covid-19. Entre médicos, segundo levantamento feito por sindicatos e conselhos da categoria, as mortes já chegaram a 113 profissionais. O total de profissionais que foram a óbito pela covid-19 é de 256.
De acordo com o próprio Ministério da Saúde, o Brasil tem, até agora, 31.790 casos de covid-19 confirmados em profissionais.
Outros 114 mil estão sob investigação.
Além de precárias condições de trabalho nas unidades de saúde, os profissionais sujeitam-se à contaminação por conta do fornecimento irregular de EPIs ou mesmo pelo fornecimento de EPis inadequados.