O Sindsprev/RJ promoveu, nesta sexta-feira (13), em frente ao Hotel Windsor Guanabara (Centro), onde se realiza a 5ª Conferência Estadual de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora do Rio de Janeiro (5ª CESTT/RJ), um protesto contra o fatiamento da rede federal de saúde do Rio de Janeiro. Na ocasião, foi entregue na Conferência uma moção de repúdio ao fatiamento e cobrada do governo federal a abertura de negociações com os trabalhadores, solicitando que o documento seja enviado ao presidente Lula, ao Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e ao Conselho Nacional de Saúde.
As exigências são pelo cumprimento do Acordo de Greve de 2023; pela Carreira da Ciência e Tecnologia (PL 3.102/2022); Não ao Fatiamento; Pelo fim do Desvio de Função Obrigatório (PEC 21/2024).
Cristina Venetilho, enfermeira do Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE) e diretora do Sindsprev/RJ, ressaltou a importância das denúncias referentes ao fatiamento e sucateamento das unidades federais que vêm sendo apresentadas pelo Sindsprev/RJ.
“Hoje existe a perspectiva de o Hospital Federal dos Servidores do Estado, que era um hospital extinto e entregue à UniRio, ser entregue à Ebserh. Estamos lutando contra essa entrega. O Hospital dos Servidores tem toda uma história. É um hospital de referência que já atendeu presidentes. Se for extinto ou entregue, será menos uma unidade aqui no Rio de Janeiro já tão carente, com uma população que necessita dos serviços públicos. O Sindsprev/RJ está na luta porque é um sindicato que luta pela saúde pública. É um sindicato sem militância político-partidária. É um sindicato onde o único lado é o lado da saúde e do trabalhador. Saúde esta pública. Saúde esta universal, conforme previsto na Constituição de 1988”, analisou.
Maria Aparecida Vaz, técnica em enfermagem do Hospital da Lagoa e também diretora do Sindsprev/RJ, considerou importante a realização da Conferência de Saúde.
“Importante porque vem em defesa do trabalhador. O Sindsprev/RJ aproveita para conscientizar os participantes sobre os problemas causados pelo fatiamento da rede federal de saúde. Quem vai sofrer é a população. Pessoas vão morrer na fila do SUS. Com a extinção dessas unidades, quem vai fazer as cirurgias de alta complexidade? Só quem tem dinheiro. Usuário da rede federal que não tem condições de pagar. É de alta importância esse ato em frente ao local da Conferência, local de passagem de conferencistas e usuários da rede”, comentou a dirigente.
Christiane Gerardo, diretora do Sindsprev/RJ lotada no Hospital Federal Cardoso Fontes (HFCF), lembrou de uma denúncia grave feita dia 12/6 por uma paciente do Hospital do Andaraí e divulgada no programa RJTV.
“Uma paciente do Hospital do Andaraí recebeu uma alimentação com bicho. Isso é indigno. Isso comprova que o governo Lula apostou em um projeto equivocado de fatiamento da rede federal de Saúde. Os trabalhadores da rede sempre cumpriram com a sua finalidade social de prestar atenção à saúde quaternária de qualidade, na qual o usuário do sistema de saúde possa ter atenção à saúde em um momento de maior gravidade. Entretanto, desde 2005 que não temos concurso público para a rede federal. O governo federal vem ao longo de 20 anos apostando na precarização da relação de trabalho, no esvaziamento do corpo profissional dentro da rede federal”, lamentou.