O Sindsprev/RJ convoca os servidores da rede federal para assembleia na próxima quarta-feira (7/5), às 10h, no Hospital Federal da Lagoa. Após a assembleia, os servidores farão um abraço à unidade, que está em processo de integração à Fiocruz. A iniciativa já tem nome: Fica, Hospital Federal da Lagoa!

A assembleia vai avaliar a greve nas unidades federais a partir do processo de fatiamento da rede federal de saúde, referente à descentralização da gestão para instituições privadas e o município do Rio. Outras pautas receberão atenção especial no evento: a transposição para a carreira da Ciência e Tecnologia, a situação dos Contratos temporários da União (CTUs) e os últimos informes de Brasília.

Vale lembrar que, após passar pela Comissão de Ciência e Tecnologia, foi aprovado, no último dia 29/4, pela Comissão de Serviço Público e Administração (CSPA) da Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei (PL) 3102/22, que transfere para a carreira da Ciência e Tecnologia os servidores da rede de hospitais federais do Rio de Janeiro. Agora, o PL segue para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), antes de ser submetido ao plenário.

A precarização dos serviços, a falta de recursos nas unidades federais e a desvalorização dos profissionais de saúde geram um clima de tensão e mobilização por parte dos trabalhadores. Os servidores buscam garantir os direitos conquistados e melhorar as condições de trabalho para desempenho de suas funções e qualidade no atendimento à população. A categoria teme demissões, precariedade das condições de trabalho e perda de direitos, além de questionar a falta de diálogo do Ministério da Saúde.

Christiane Gerardo, dirigente do Sindsprev/RJ, considera que a assembleia tem uma importância única.

“O SUS é construído em pilares democráticos, em pilares de participação popular. Da escuta do usuário, da escuta do trabalhador da saúde. O governo Lula não pode seguir com um projeto realizado dentro dos gabinetes que desce goela abaixo de usuários e de servidores”, criticou.

A dirigente acrescentou que o momento será único em que os usuários, junto com trabalhadores, estarão se posicionando contra a proposta de extinção.

“A realidade é que o governo Lula está extinguindo o Hospital da Lagoa. E isso é totalmente contraditório com a política que o próprio ministro Alexandre Padilha está divulgando, que é fazer convênio com a iniciativa privada, ou seja, transferindo recursos do SUS para impulsionar financeiramente estruturas privadas, ao mesmo tempo em que extingue unidades de saúde pública federais da administração direta do Estado do Rio de Janeiro”, enfatizou a dirigente.

Maria Isabel Mariano, também dirigente do Sindsprev/RJ, ressaltou que a realização de uma assembleia é importante para fortalecer o elo de quem está na luta e estimular aqueles que estão afastados, além de comunicar os últimos informes de maneira ampla.

“Espero um bom quórum, em especial dos companheiros do Hospital da Lagoa, que recém agregaram um quantitativo valioso à luta. É um momento chave e inédito, que cursa com a proximidade do processo de conclusão da greve. Conquistamos avanços significativos nos processos de negociação, que trazem dignificação e melhorias iminentes para a nossa base e no momento em que buscamos referendar a permanência do Hospital Federal da Lagoa, sob administração federal do Ministério da Saúde”, comentou.

A dirigente destacou ainda o significado do abraço ao hospital:

“Esse grande abraço que daremos ao hospital traz essa mensagem: ainda estamos aqui e não desejamos ser mais fatiados, além do que já fomos. O governo precisa estancar essa entrega e garantir que essa importante herança, que é a rede federal do Rio de Janeiro, possa continuar existindo. Basta de fatiamento”, concluiu.