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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Servidores do Into começam a aderir à greve da saúde federal

Assembleia nesta terça-feira (22/5), pela manhã, em frente ao Instituto de Traumatologia e Ortopedia (Into) decidiu dar início à organização da greve por tempo indeterminado na unidade, fortalecendo, desta forma, a paralisação geral da saúde federal. A luta é contra o fatiamento e privatização da rede, pela transferência imediata para a carreira da Ciência e Tecnologia e contra o reajuste zero para os salários e pelo cumprimento do acordo de greve de 2023. Já estão em greve desde 15 de maio os profissionais dos hospitais da Lagoa, Ipanema, Servidores, Andaraí, Cardoso Fontes e Bonsucesso.

Também nesta terça-feira, pela manhã, como parte das mobilizações da greve, os profissionais dos hospitais federais fizeram um ato conjunto que tomou a entrada lateral do Into, seguido de passeata em duas pistas da Avenida Brasil. O protesto causou um grande engarrafamento. Ao final, os servidores aprovaram a manutenção da greve conjunta, que entrou nesta terça-feira no seu oitavo dia.

Pouco antes da passeata, servidores fizeram ato em frente ao Into. Foto: Mayara Alves.

Em relação às negociações da campanha salarial dos servidores da saúde, trabalho e previdência, os profissionais em greve repudiaram a manutenção da proposta de reajuste zero para os salários este ano, e de correção apenas dos valores dos auxílios alimentação e creche e do per capta de saúde. Criticaram as entidades nacionais exigindo que passem a convocar a categoria à greve pela reposição das perdas salariais.

Embora não tenha ainda sido aprovado, está sendo cogitada a realização de um grande ato unificado em Copacabana. A data mais provável é 9 de junho.

Passeata retorna ao Into. Foto: Mayara Alves.

Assembleia e ato unificado no Andaraí

Para avaliar e ampliar a paralisação, os servidores da saúde federal decidiram, ainda, pela realização de uma assembleia virtual, na próxima segunda-feira (27/5); e de um novo ato unificado, na próxima terça, às 11 horas, na porta do Hospital do Andaraí. A unidade foi escolhida pela pressão que vem sendo feita pela direção do hospital sobre os servidores diante do crescimento da adesão que já atinge todos os segmentos, desde cirurgias, internações, até consultas e exames.

Segundo Heloísa Fonseca, do Núcleo Sindical e do Comando de Greve do Andaraí, mesmo sendo uma greve na saúde, com características diferenciadas que a impedem de ser total, na unidade a adesão chegou a 50%. “Este resultado é um reflexo do entendimento de que só a greve vai garantir a ida para a ciência e tecnologia, melhores salários, concurso público, o pagamento da insalubridade e um reajuste digno”, avaliou.

Assembleia aprova organização da greve no Into. Foto: Mayara Alves.

Denúncia à população

Tanto o ato, quanto a passeata chamaram a atenção da população para o plano do governo Lula de desmembrar o complexo hospitalar federal, entregando cada unidade para um gestor diferente: o prefeito do Rio, Eduardo Paes, aliado de Lula nas eleições municipais; Cláudio Castro, governador do estado; para o grupo privado Nossa Senhora da Conceição, para o Hospital Alemão Oswaldo Cruz; e para a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

A diretora do Sindsprev/RJ, Christiane Gerardo, lembrou que o objetivo é privatizar a rede, entregando-a, depois, para grupos privados, tanto para os que já se sabe os nomes, quanto para empresas travestidas de organizações sociais (OS), como fizeram o governo do estado e o prefeito Paes. “Para preparar e justificar a privatização, o governo Lula vem cortando verba do orçamento para a saúde, levando ao caos as unidades federais de saúde. O resultado é que falta todo o tipo de insumo e o número de servidores é insuficiente para atender às necessidades de população. Até a estrutura física destes hospitais está caindo aos pedaços. O Ministério da Saúde gera esta situação para apontar como solução a entrega dos hospitais inicialmente para o estado, o município e a Ebserh”, denunciou a dirigente.

O diretor do Sindsprev/RJ, Sidney Castro, lembrou que o governo Lula criou toda esta situação e ainda colocou a culpa nos servidores. “E agora diz que a saída é passar a gestão da rede federal para o estado e o município o que é uma mentira já que tanto a prefeitura quanto o governo estadual passaram seus hospitais para as OS fazendo com que o atendimento à população piorasse ainda mais”.

O dirigente lembrou, mais uma vez, que o que vai solucionar é voltar a investir na qualidade da saúde federal, fazer concurso para cobrir o gigantesco déficit de pessoal, em torno de 12 mil funcionários e equipar os hospitais.

“Estamos aqui hoje nesta passeata e neste ato para dialogar com a população. Para denunciar o plano do governo Lula que é entregar para o prefeito do Rio e depois para organizações sociais, em ano eleitoral, o orçamento bilionário da saúde dos hospitais federais”, acrescentou Sidney.

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