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terça-feira, dezembro 3, 2024
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Cardoso Fontes: servidores exigem vacina já e recontratação de demitidos na rede federal

Na manhã desta quarta-feira (24/3) — Dia Nacional de Paralisações, Mobilizações e Greves convocado pelo Fonasefe —, servidores do Hospital Federal Cardoso Fontes (Jacarepaguá)  protestaram mais uma vez contra a política de saúde do governo Bolsonaro, denunciando suas precárias condições de trabalho e exigindo ampla vacinação contra a covid. Realizada em frente à entrada da unidade, a manifestação também exigiu a imediata recontratação de todos os profissionais demitidos na rede federal e questionou a intenção do Ministério da Saúde de estadualizar o Hospital Federal da Lagoa (HFL).

“Menos de 30% dos servidores do Hospital Cardoso Fontes foram vacinados. A exemplo de outras unidades da rede federal, também há uma grande deficiência no número de profissionais, consequência das demissões em massa praticadas pelo Ministério da Saúde. O mesmo Ministério que agora, de forma cínica, falar em abrir leitos. É preciso lembrar que os leitos interditados não foram fechados aleatoriamente. Foram fechados porque as demissões levaram à falta de pessoal capacitado para operá-los”, afirmou a servidora Cristiane Gerardo. Segundo ela, os servidores também vão se mobilizar contra a estadualização da rede federal. “O Ministério quer entregar as unidades federais ao estado do Rio, que nos últimos anos fechou o hospital de Anchieta, fechou o Instituto São Sebastião, demoliu o Iaserj Central e agora tenta fechar o Hospital Eduardo Rabello. O objetivo dessa estadualização é abrir caminho à futura privatização de toda a rede federal. Não vamos aceitar”, frisou.

Na estrada Grajaú-Jacarepaguá, servidores exigem vacina já para todos. Foto: Mayara Alves.

Vice-presidente da Comissão de Saúde da Alerj, a deputada estadual Enfermeira Rejane (PCdoB) participou da manifestação e também reforçou as críticas dos servidores. “Em novembro de 2020, já alertávamos o então ministro Pazuello sobre a grave situação da rede federal, mostrando que a demissão de contratados provocaria o fechamento de leitos e setores inteiros, como está acontecendo agora. A solução de estadualizar é de provocar risos. Todo mundo sabe que o governo do estado, além de não cuidar de sua própria rede, não tem a mínima condição de gerir as unidades federais. É um governo que não valoriza seus servidores e nunca implantou o plano de cargos. Essa estadualização parecer ter, como objetivo, a privatização da saúde federal. Hoje estamos aqui para dizer que não vamos permitir a estadualização. Exigimos respeito aos trabalhadores da saúde, queremos vacinação já e condições de trabalho”, afirmou a parlamentar.

Após a concentração na porta de entrada do Cardoso Fontes, os servidores desceram em passeata por um trecho da estrada Grajaú-Jacarepaguá, retornando cerca de 40 minutos depois ao ponto inicial, onde concluíram a manifestação aos gritos de ‘vacina para todos’.

“O governo Bolsonaro é omisso e o resultado é que o Brasil está chegando à inacreditável marca de 300 mil mortos. Hoje estamos aqui não para discutir salário, mas para exigir vacina para todos. É muito fácil fazerem homenagens aos profissionais de saúde, mas nenhum governo vê a realidade que enfrentamos lá na ponta, onde atendemos os pacientes. Nós, que estamos na linha de frente, estamos sujeitos a maior contaminação. Nós, profissionais de saúde, temos de ser prioridade na vacinação. Quantos colegas nós já perdemos pra covid? Essa luta é, portanto, de todos os profissionais“, destacou Sidney Castro, dirigente do Sindsprev/RJ.

O Dia Nacional de Paralisações, Mobilizações e Greves desta quarta-feira (24/3) tem, como reivindicações centrais, o arquivamento definitivo da reforma administrativa, o pagamento de um auxílio emergencial no valor mínimo de R$ 600,00 e o fim das privatizações de empresas estatais.

 

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