Nesta sexta-feira (17/5), terceiro dia de greve, os servidores da rede federal de saúde do Rio de Janeiro farão um protesto, às 11 horas, em frente ao Departamento de Gestão Hospitalar (DGH), na Rua México, 128, Centro da Cidade. O objetivo é pressionar o Ministério da Saúde – na negociação com o Sindsprev/RJ prevista também para esta mesma sexta, ao meio-dia –, a atender as reivindicações da categoria, entre elas, o cancelamento do plano do governo de fatiar e privatizar o complexo hospitalar federal e à reivindicação de reajuste salarial linear que reponha as perdas inflacionárias, em torno de 50%.
Outra atividade prevista para hoje, como parte da greve, é uma assembleia para avaliar o resultado da negociação, às 14 horas, no auditório do Sindicato (Rua Joaquim Silva, 98-A). No encontro os profissionais da saúde federal vão também definir os próximos passos da mobilização.
Greve forte
A avaliação do Comando de Greve é que, no primeiro dia, quarta-feira (15/5) a paralisação começou forte, com grande visibilidade social e repercussão em toda a imprensa comercial. O que possibilitou a divulgação dos principais itens que compõem a pauta dos servidores da rede federal, como o cancelamento do plano de fatiar e privatizar a rede; fim do sucateamento das unidades federais de saúde; transferência dos servidores da rede federal de saúde para a carreira da Ciência e Tecnologia; cumprimento do acordo de greve de 2023; pagamento do adicional de insalubridade em grau máximo e do piso da enfermagem em valores integrais; prorrogação de todos os Contratos Temporários da União (CTUs) até a realização de concurso público; e reajuste linear em índice que recomponha o efetivo poder de compra dos salários.
Adesão cresce a cada dia
No primeiro dia estavam em greve os seis hospitais federais Cardoso Fontes, Andaraí, Servidores, Bonsucesso, Ipanema e Lagoa. Segundo o Comando Geral de Greve a paralisação deverá se estender, na próxima semana, para os institutos federais: Instituto de Traumatologia e Ortopedia, Instituto Nacional do Câncer e Instituto Nacional de Cardiologia.
Greve é direito constitucional
Importante destacar que a greve é um direito garantido no artigo 9º do capítulo dos Direitos e Garantias Fundamentais da Constituição Federal. Sendo assim, ninguém poderá ser punido.
O Sindicato orienta os servidores a procurarem membros dos comandos de greve em cada hospital ou instituto federal, no caso de serem pressionados por gestores a não aderirem à paralisação.
O que funciona
A greve da saúde federal foi aprovada em assembleia no Hospital dos Servidores em 9 de maio. Nela os servidores decidiram que por acontecer em um setor sensível estarão suspensas as cirurgias eletivas; o mesmo em relação às consultas e exames eletivos não oncológicos. Porém, continuarão funcionando os serviços de hemodiálise, diálise, quimioterapia, oncologia, cirurgias oncológicas, trocas de sonda, de curativos queimados, cirurgias e atendimentos de emergência e urgência, serviços de maternidade, serviços de atendimento a pacientes especiais, transplantes e ambulatório de TAP. Além disso, as unidades devem funcionar com 30% de seu dimensionamento de pessoal de forma a atender às demandas destes setores.