Segundo dados da Articulação Nacional das Carreiras Públicas para o Desenvolvimento Sustentável (Arca), nos últimos dois anos foram registrados quase mil casos de assédio institucional contra servidores(as) públicos(as) no país. A maior concentração desses episódios está em órgãos relacionados ao meio ambiente e ao Ministério da Saúde.
O levantamento produzido pela Arca não inclui muitos casos de assédio moral que não são denunciados, seja por medo de represálias ou pela insegurança que um trabalho marcado por metas cada vez mais inatingíveis pode causar nos servidores públicos. Em outras palavras, há uma grande subnotificação de casos de assédio moral que ocorrem no funcionalismo público.
A Arca surgiu em 2016, no contexto das lutas do funcionalismo por carreiras de estado, pelo direito à livre organização e contra o assédio moral.
O assédio moral é uma conduta que se repete várias vezes e que expõe alguém a situações humilhantes e vexatórias, muitas vezes constrangedoras.
Em geral, o assédio moral está associado às relações de trabalho e pode ocorrer do chefe para os subordinados e mesmo na situação oposta.
Conhecido como um tipo de violência, o assédio moral no trabalho é uma conduta que afeta diretamente a dignidade da pessoa no ambiente laboral. Aparece comumente em situações nas quais a hierarquia está presente.
O assédio moral no trabalho se caracteriza por condutas negativas realizadas repetidas vezes pelo empregador (ou gestor) contra o empregado (ou servidor público), o que envolve humilhações, constrangimentos, descrédito ou inferiorização diante de colegas de trabalho.
No serviço público, uma das formas mais comuns de assédio moral acontece quando gestores impõem o atingimento de metas impossíveis de serem executadas diante dos prazos e condições propostas.
Mas o assédio também se manifesta por meio de outros comportamentos, como a colocação de apelidos vexatórios que causem humilhação; o uso de xingamentos; gritos; imposição de tarefas humilhantes e até mesmo ameaças de agressão física.
É de fundamental importância que os servidores e servidoras denunciem a seus respectivos sindicatos, caso estejam sendo vítimas de assédio moral por parte de gestores e governos. O silêncio e o recuo, nesses casos, servirá apenas para estimular os assediadores a continuarem com as agressões.