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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Secretaria de Saúde do Estado não repassa verba para o Eduardo Rabelo

O Hospital Eduardo Rabelo é único no estado especializado em geriatria (tratamento de idosos), conseguiu que a Justiça, atendendo a uma ação do Ministério Público, obrigasse a Secretaria Estadual de Saúde (SES) a investir para prover a unidade de todas as condições necessária para atender a população.

A diretora do Sindsprev/RJ Clara Fonseca explica que a verba, federal, foi repassada pelo Ministério da Saúde para a SES, mas não chegou ao hospital. “Parece haver uma intenção de acabar de vez com o Eduardo Rabelo, o único que não teve sua gestão privatizada, entregue a uma organização social ou fundação. O governo está se lixando para o idoso e sua política é a de fechar a unidade”, argumentou.

Clara disse que a situação da unidade é muito difícil e só continua funcionando em função dos funcionários, todos servidores estatutários, e das doações de todo tipo de insumos, como luvas, medicamentos, máscaras e soro feitos por familiares dos internos, pelo comércio e moradores próximos. Também não há climatização e a parte elétrica precisa ser trocada, pois é muito antiga e sem manutenção.

Precariedade do Hospital Eduardo Rabelo (Colaboração )

“A secretaria não repassa verba para nada, apesar da importância do Eduardo Rabelo. Como consequência, o hospital, com capacidade para 200 leitos, só tem 27 pacientes internados. Enquanto isso, os velhinhos que o hospital não pode atender estão morrendo”, denunciou. A unidade tem serviço de fisioterapia, consultas médicas, acolhimento a idosos, entre outros. “Mas se um idoso sofre um acidente vascular cerebral, por exemplo, não tem como ser atendido pela falta de equipamentos e insumos”, explica.

Privatização afunda hospitais no Rio de Janeiro

A situação extremamente precária de funcionamento dos hospitais do estado — ou que eram do estado e foram entregues à Prefeitura do Rio e depois a “organizações sociais” — comprova como a privatização só piora as condições das unidades de saúde. Entre os que ainda fazem parte da rede estadual, os hospitais de Saracuruna, Carlos Chagas e Azevedo Lima sofrem com salários atrasados e falta de material. O número de funcionários é insuficiente para atender a população.

Nos que foram municipalizados e em seguida entregues a alguma OS, a situação não é diferente. No Rocha Faria, Albert Schweitzer e Pedro II, além de salários atrasados há dois meses e sem o pagamento do 13º, falta todo tipo de material (como luvas, gaze e esparadrapo) e medicamentos. “A privatização, como sempre dissemos, não dá certo. A saúde é responsabilidade do estado, precisa ser pública, gratuita e de qualidade para funcionar. Para começar, é preciso fazer as unidades voltarem para as mãos do Estado e que o governo cumpra a sua obrigação de destinar, como manda a Constituição, no mínimo 12% para a saúde; realizar, urgentemente, um concurso público para sanar a falta de pessoal e aprovar um plano de carreira, cargos e salários para valorizar o servidor”, defendeu a diretora do Sindsprev/RJ, Clara Fonseca.

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